Testes ginecológicos forçados no aeroporto de Doha

por Mário Aleixo - RTP
A Austrália denunciou a realização de testes ginecológicos a passageiras no aeroporto do Catar Naseem Zeitoon/Reuters (arquivo)

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Marise Payne, acusou o Catar de ter efetuado testes ginecológicos a passageiras de pelo menos 10 voos durante a escala no Aeroporto Internacional de Doha, no início deste mês.

Camberra protestou esta semana junto do Governo do Catar por causa do tratamento "ofensivo" das mulheres, depois de o Canal 7 da televisão local ter noticiado que um grupo de passageiros do sexo feminino que viajava para a Austrália foi submetido a estes testes no dia 2 de outubro, depois de ter sido encontrado um recém-nascido numa casa de banho no terminal do Catar.

A ministra australiana não especificou o número total de mulheres afetadas, nem mencionou as suas nacionalidades ou o destino final dos seus voos.

"Sabemos pelo avião que foi tornado público que havia 18 passageiros", disse a governante, referindo-se às australianas afetadas como parte de um número indeterminado de mulheres de diferentes nacionalidades que também tiveram de fazer testes ginecológicos.

A chefe da diplomacia australiana reiterou que Camberra protestou contra o tratamento "extremamente inapropriado" e aguarda o resultado das investigações para ponderar os próximos passos.

As autoridades do Catar pediram desculpa pelo sofrimento causado e relataram que o recém-nascido foi encontrado num saco de plástico num caixote do lixo numa das casas de banho do aeroporto.

"Embora o objetivo das buscas decididas com urgência fosse impedir a fuga dos autores de um crime horrível, o Estado do Catar lamenta a angústia ou violação das liberdades individuais que esta ação possa ter causado aos viajantes", indicaram as autoridades.
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