Theresa May anuncia agenda negocial que levará para Bruxelas

por RTP
Hannah McKay, Reuters

Em discurso pronunciado na Câmara dos Comuns, May dissipou as dúvidas que havia sobre a eventual realização de um segundo referendo e sobre a eventual renegociação do Acordo de Belfast, com vista a facilitar a solução do problema da fronteira inter-irlandesa.

A primeira-ministra britânica prometeu tomar em conta contribuições exteriores ao Governo para a elaboração de um novo plano de saída da União Europeia e prometeu a realização de novas reuniões durante esta semana e consultas ao parlamento na nova fase de conversações sobre o Brexit.

Theresa May lamentou que o líder trabalhista Jeremy Corbyn não tenha participado nas conversações para desenhar um novo formato do Brexit. A isto responderia Corbyn, acusando-a de ter montado uma farsa, em que na realidade não havia qualquer lugar para o diálogo e em que apenas pretendia impor os seus pontos de vista sem a menor abertura para tomar em conta alternativas propostas pelos partidos de oposição.

A inquilina do Nº 10 de Downing Street afirmou também que revogar o artigo 50 seria contrário ao espírito do referendo que aprovou o Brexit e manifestou o receio de que um segundo referendo estabelecesse um precedente indesejável e reforçasse a posição dos nacionalistas.

Contra especulações que tinham vindo a público, May declarou-se fiel ao acordo de Belfast. A questão da fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, reiterou May, deverá ser renegociada com a União Europeia e não com os parceiros do diálogo inter-irlandês.
A primeira-ministra afirmou também que a saída da União Europeia não poderá pôr em causa direitos dos trabalhadores e recuou na ideia de criar uma taxa para cidadãos da UE que queiram residir no Reino Unido. Os que já a pagaram, disse, serão reembolsados.
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