Theresa May pede adiamento do Brexit até 30 de junho
A primeira-ministra britânica enviou uma carta ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, solicitando formalmente um adiamento da data de saída do Reino Unido da União Europeia até 30 de junho. May argumenta na missiva que pretende que o acordo de saída seja aprovado pelos deputados antes de 23 de maio, para evitar que o Reino Unido tenha de participar nas eleições para o Parlamento Europeu. No entanto, assume que está a preparar a participação nas eleições para o caso de não ser atingido um entendimento no Parlamento britânico.
PM @Theresa_May has today written to @eucopresident Donald Tusk on the Article 50 process.https://t.co/un39wMzYqL
— UK Prime Minister (@10DowningStreet) 5 de abril de 2019
A missiva de May antecede a cimeira dos líderes da União Europeia, que se vai realizar na próxima quarta-feira. A decisão de aceitar o adiamento pedido pelo Reino Unido tem de ser tomada por unanimidade entre os 27 Estados-membros da União Europeia.
“É frustrante que ainda não tenhamos conseguido levar este processo a uma conclusão bem sucedida e ordeira”, desabafa Theresa May na carta ao Conselho Europeu. “Não se pode permitir que este impasse continue”, refere a primeira-ministra, admitindo que a situação está a criar “incerteza, está a danificar a confiança na política, enquanto a União Europeia tem o legítimo desejo de avançar para decisões sobre o seu próprio futuro”.
Perante isso, May garante que o Governo decidiu tomar novos passos na busca de consensos no Parlamento Europeu.
O primeiro passa pelas reuniões com o líder dos Trabalhistas, Jeremy Corbyn, aceites depois de uma primeira reunião que aconteceu já esta semana, bem como pelo convite aberto que May dirigiu a todos os parlamentares para que trabalhem com ela na busca de um consenso.
“Deixei claro que todas estas discussões têm de ser baseadas no que o Reino Unido acordou com o Conselho Europeu na última reunião e deve focar-se na estrutura de relação futura entre o Reino Unido e a União Europeia. Se vai ser encontrado um consenso, tem de haver compromissos de todas as partes, no interesse nacional”, diz May.
“Se as conversações não levarem a uma abordagem única em breve, o Governo vai avançar para a tentativa de estabelecer consensos num menor número de opções claras sobre a relação futura que podem ser apresentadas ao Parlamento numa série de votos indicativos para determinar que rumo seguir. O Governo está pronto a respeitar a decisão da Câmara, se a Oposição se comprometer a fazer o mesmo”, argumenta May.
A primeira-ministra, que já viu o acordo de saída que negociou com a UE rejeitado pelo Parlamento três vezes, considera que este processo que enunciou “está desenhado para que a Câmara dos Comuns aprove rapidamente o Acordo de Saída e uma visão comum da relação futura”, a tempo de “cancelar as eleições para o Parlamento Europeu”.