Tigres siberianos voltam a ser vistos na China

Uma gravação da organização WWF – Fundo Mundial para a Natureza, de apenas dez segundos, mostra uma família de tigres da Sibéria a rugir em território chinês, onde havia apenas vestígios dispersos da sua passagem. As imagens dão conta de um tigre fêmea com duas crias numa área situada a 30 quilómetros da fronteira russa.

João Ferreira Pelarigo, RTP /
Bartek, um tigre da Sibéria com um ano, num jardim zoológico na Rússia. Ilya Naymushin, Reuters

"É a prova de que os tigres siberianos estão a voltar à China. As imagens infravermelhas correspondem ao primeiro registo de uma família de tigres siberianos capturado a uma tão grande distância da fronteira russa", destaca a WWF, citada pelo El País.
A organização não-governamental trabalha há décadas em "esforços de conservação, no sentido de conseguir uma população reprodutora dentro da China" desta espécie em vias de extinção.
As grandes protagonistas da filmagem são as crias. O vídeo, publicado na conta da WWF no Youtube, mostra-as a correr à volta da progenitora, que os observa enquanto caem uns sobre os outros. Têm cerca de um ano e meio e os especialistas acreditam que nasceram já em território chinês.

Shi Quanhua, responsável pelo Programa de Grandes Felinos da repartição da WWF na China diz que o vídeo "mostra que as populações de tigre da Sibéria estão a expandir-se pouco a pouco para o interior do país e estão a assentar".
Conservação da espécie
Para conseguir estas imagens, teve que haver "muitos anos de trabalho de conservação, estabelecendo áreas protegidas, defendendo as populações das presas do tigre", sublinha Quanhua.

Esta espécie continua a ser uma das mais ameaçadas, com apenas 3.200 indivíduos em liberdade.

Foram também instaladas mais de 100 câmaras de luz infravermelha em áreas quase inacessíveis. Como parte do Plano de Conservação desta espécie ameaçada, também foi promovida a criação de corredores ecológicos que permitam aos animais moverem-se sem problemas.

"Os esforços estão a dar frutos", afirmou o responsável.

O tigre da Sibéria esteve muito próximo da sua extinção na década de 1940, devido à caça deste animal na China, Rússia e Península da Coreia. Nesta data havia apenas 40 em liberdade.

A Organização recorda que a Rússia foi o primeiro país a declarar "a estrita proteção da espécie" para a salvar da extinção. Na atualidade, existe uma população de cerca de 400 elementos selvagens. A maioria habita em solo russo e estima-se que entre 18 e 20 indivíduos adultos habitem na fronteira com a China.

A meta do Fundo Mundial para a Natureza nos países onde há tigres siberianos é duplicar a sua população até 2022, data em que se celebra o Ano do Tigre na China.
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