Mundo
Guerra no Médio Oriente
Tiros junto a centro de ajuda humanitária em Gaza
A Defesa Civil de Gaza declarou que pelo menos 36 pessoas foram mortas pelas forças israelitas em vários locais no sábado, seis das quais perto de um centro de ajuda apoiado pelos Estados Unidos, tendo o exército comunicado que foram disparados tiros de advertência contra “suspeitos”.
Por volta das 07h00 (05h00 em Lisboa) de sábado, “seis pessoas foram mortas e várias outras feridas pelas forças de ocupação israelitas perto da rotunda de Alam”, onde os habitantes se tinham reunido para obter ajuda humanitária do centro americano situado a cerca de um quilómetro de distância, na província meridional de Rafah, disse à AFP o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Bassal.
Samir Abou Hadid, um residente de Gaza, afirmou à AFP que milhares de pessoas se reuniram perto da rotunda e “quando alguns tentaram avançar em direção ao centro de ajuda, as forças de ocupação israelitas abriram fogo a partir de veículos blindados estacionados perto do centro, disparando para o ar e depois contra os civis”.
O exército israelita revelou à AFP que os soldados que se encontravam na zona de Tel al-Sultan durante a noite “pediram aos suspeitos que se afastassem, mas como eles continuaram a avançar, pondo em perigo as tropas, os soldados responderam com tiros de aviso”. Acrescentou ainda que tinha “conhecimento de relatos de vítimas”.
Nos últimos dias, ocorreram várias tragédias nas proximidades deste centro de ajuda, gerido pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma organização financiada apoiada pelos Estados Unidos e por Israel, com a qual a ONU se recusa a trabalhar devido a preocupações sobre os seus procedimentos e neutralidade. A Fundação Humanitária de Gaza, que usa empresas privadas de segurança e logística dos EUA para operar, acusa o Hamas de fazer ameaças que “tornaram impossível” operar no enclave, o que os militantes palestinianos negaram.
A GHF declarou em comunicado que tinha sido forçada a suspender a distribuição de ajuda no sábado devido a “ameaças diretas” do Hamas contra os seus funcionários, mas sublinhou que não se deixaria dissuadir e que retomaria a distribuição “sem demora” e que os centros reabriam este domingo.
O gabinete de imprensa do governo de Gaza, dirigido pelo Hamas, disse no sábado que a operação da GHF “falhou totalmente a todos os níveis” e que o Hamas estava pronto para ajudar a garantir a entrega de ajuda por uma operação humanitária separada e de longa duração liderada pela ONU.
O Hamas apelou igualmente a todos os palestinianos para que protejam os comboios humanitários.
Israel e os Estados Unidos acusaram o Hamas de roubar ajuda das operações lideradas pela ONU, o que os militantes negam. Uma fonte do Hamas disse, à Reuters, que o braço armado do grupo iria colocar alguns franco-atiradores a partir de domingo perto das rotas utilizadas pela operação de ajuda liderada pela ONU para evitar que bandos armados saqueassem os carregamentos de alimentos. As Nações Unidas não responderam a um pedido de comentário.
Israel permitiu que as operações limitadas lideradas pelas Nações Unidas fossem retomadas em 19 de maio, após um bloqueio de 11 semanas no enclave de 2,3 milhões de pessoas, onde os especialistas alertaram para a iminência de uma fome. A ONU descreveu a ajuda autorizada a entrar em Gaza como uma “gota no oceano”.
Israel e os EUA estão a instar a ONU a trabalhar através do GHF, mas a organização internacional tem recusado, questionando a sua neutralidade e acusando o modelo de distribuição de militarizar a ajuda e forçar a deslocação.
A GHF começou a operar em Gaza a 26 de maio e disse na sexta-feira que até agora já distribuiu quase nove milhões de refeições.
Embora a GHF tenha afirmado que não houve incidentes nos seus locais de distribuição ditos seguros, os palestinianos que procuram ajuda descreveram desordem e as vias de acesso aos locais têm sido marcadas pelo caos e pela violência mortalColapso do sistema de saúde
O Ministério palestiniano da Saúde disse no sábado que os hospitais de Gaza só tinham combustível para mais três dias e que Israel estava a negar o acesso das agências internacionais de ajuda humanitária às áreas onde se encontram os armazéns de combustível destinados aos hospitaisApós 20 meses de guerra
Durante a manifestação, o Fórum das Famílias, a principal organização de reféns sequestrados pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel, defendeu que “só um acordo abrangente para o regresso dos entes queridos trará a verdadeira vitória".A multidão reuniu-se na “Praça dos Reféns”, onde a mãe do refém Matan Zangkauer expressou a sua emoção e raiva pela publicação pelo movimento islamista palestiniano de uma fotografia do seu filho Matan com a seguinte mensagem em hebraico e inglês: “Ele não voltará vivo”.
“Não posso suportar mais este pesadelo. O anjo da morte, (o primeiro-ministro Benjamin) Netanyahu, continua a sacrificar reféns, utiliza o exército israelita não para proteger a segurança de Israel, mas para continuar a guerra e proteger o seu governo, é uma vergonha”, afirmou, segundo um vídeo publicado pela AFP.
Na manifestação, os participantes gritaram: “O povo escolhe os reféns! Só um acordo global para o regresso dos nossos entes queridos trará a verdadeira vitória”, acrescentou o Fórum das Famílias.
Noam Katz, filha do refém Lior Rudaeff, declarado morto mas cujo corpo ainda se encontra em Gaza, apelou ao fim imediato das hostilidades.
Samir Abou Hadid, um residente de Gaza, afirmou à AFP que milhares de pessoas se reuniram perto da rotunda e “quando alguns tentaram avançar em direção ao centro de ajuda, as forças de ocupação israelitas abriram fogo a partir de veículos blindados estacionados perto do centro, disparando para o ar e depois contra os civis”.
O exército israelita revelou à AFP que os soldados que se encontravam na zona de Tel al-Sultan durante a noite “pediram aos suspeitos que se afastassem, mas como eles continuaram a avançar, pondo em perigo as tropas, os soldados responderam com tiros de aviso”. Acrescentou ainda que tinha “conhecimento de relatos de vítimas”.
Nos últimos dias, ocorreram várias tragédias nas proximidades deste centro de ajuda, gerido pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma organização financiada apoiada pelos Estados Unidos e por Israel, com a qual a ONU se recusa a trabalhar devido a preocupações sobre os seus procedimentos e neutralidade. A Fundação Humanitária de Gaza, que usa empresas privadas de segurança e logística dos EUA para operar, acusa o Hamas de fazer ameaças que “tornaram impossível” operar no enclave, o que os militantes palestinianos negaram.
A GHF declarou em comunicado que tinha sido forçada a suspender a distribuição de ajuda no sábado devido a “ameaças diretas” do Hamas contra os seus funcionários, mas sublinhou que não se deixaria dissuadir e que retomaria a distribuição “sem demora” e que os centros reabriam este domingo.
O gabinete de imprensa do governo de Gaza, dirigido pelo Hamas, disse no sábado que a operação da GHF “falhou totalmente a todos os níveis” e que o Hamas estava pronto para ajudar a garantir a entrega de ajuda por uma operação humanitária separada e de longa duração liderada pela ONU.
O Hamas apelou igualmente a todos os palestinianos para que protejam os comboios humanitários.
Israel e os Estados Unidos acusaram o Hamas de roubar ajuda das operações lideradas pela ONU, o que os militantes negam. Uma fonte do Hamas disse, à Reuters, que o braço armado do grupo iria colocar alguns franco-atiradores a partir de domingo perto das rotas utilizadas pela operação de ajuda liderada pela ONU para evitar que bandos armados saqueassem os carregamentos de alimentos. As Nações Unidas não responderam a um pedido de comentário.
Israel permitiu que as operações limitadas lideradas pelas Nações Unidas fossem retomadas em 19 de maio, após um bloqueio de 11 semanas no enclave de 2,3 milhões de pessoas, onde os especialistas alertaram para a iminência de uma fome. A ONU descreveu a ajuda autorizada a entrar em Gaza como uma “gota no oceano”.
Israel e os EUA estão a instar a ONU a trabalhar através do GHF, mas a organização internacional tem recusado, questionando a sua neutralidade e acusando o modelo de distribuição de militarizar a ajuda e forçar a deslocação.
A GHF começou a operar em Gaza a 26 de maio e disse na sexta-feira que até agora já distribuiu quase nove milhões de refeições.
Embora a GHF tenha afirmado que não houve incidentes nos seus locais de distribuição ditos seguros, os palestinianos que procuram ajuda descreveram desordem e as vias de acesso aos locais têm sido marcadas pelo caos e pela violência mortalColapso do sistema de saúde
Nas últimas semanas, Israel expandiu a sua ofensiva por toda a Faixa de Gaza, à medida que os esforços dos EUA, do Catar e do Egito para garantir um novo cessar-fogo falharam. Os médicos em Gaza disseram que 55 pessoas foram mortas em ataques israelitas no enclave no sábado.
Por seu lado, num comunicado publicado no sábado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para “o colapso do sistema de saúde na Faixa de Gaza”, onde “já não há hospitais em funcionamento no norte” do território.
O Ministério palestiniano da Saúde disse no sábado que os hospitais de Gaza só tinham combustível para mais três dias e que Israel estava a negar o acesso das agências internacionais de ajuda humanitária às áreas onde se encontram os armazéns de combustível destinados aos hospitaisApós 20 meses de guerra
Milhares de pessoas manifestaram-se em Telavive, no sábado à noite, para exigir a libertação dos reféns raptados em 7 de outubro de 2023 e detidos desde então na Faixa de Gaza e um cessar-fogo após 20 meses de guerra entre Israel e o Hamas.
Foto: Ronen Zvulun - Reuters
Durante a manifestação, o Fórum das Famílias, a principal organização de reféns sequestrados pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel, defendeu que “só um acordo abrangente para o regresso dos entes queridos trará a verdadeira vitória".A multidão reuniu-se na “Praça dos Reféns”, onde a mãe do refém Matan Zangkauer expressou a sua emoção e raiva pela publicação pelo movimento islamista palestiniano de uma fotografia do seu filho Matan com a seguinte mensagem em hebraico e inglês: “Ele não voltará vivo”.
“Não posso suportar mais este pesadelo. O anjo da morte, (o primeiro-ministro Benjamin) Netanyahu, continua a sacrificar reféns, utiliza o exército israelita não para proteger a segurança de Israel, mas para continuar a guerra e proteger o seu governo, é uma vergonha”, afirmou, segundo um vídeo publicado pela AFP.
Na manifestação, os participantes gritaram: “O povo escolhe os reféns! Só um acordo global para o regresso dos nossos entes queridos trará a verdadeira vitória”, acrescentou o Fórum das Famílias.
Noam Katz, filha do refém Lior Rudaeff, declarado morto mas cujo corpo ainda se encontra em Gaza, apelou ao fim imediato das hostilidades.
Das 251 pessoas raptadas em 7 de outubro de 2023, 55 continuam detidas na Faixa de Gaza, das quais pelo menos 31 morreram, segundo as autoridades israelitas.
c/ Agências