TPI confirma 39 acusações contra antigo líder rebelde ugandês Joseph Kony

O Tribunal Penal Internacional (TPI) confirmou hoje as 39 acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade contra o líder rebelde ugandês Joseph Kony, que está a monte, incluindo homicídios, violações, tortura e escravatura.

Lusa /

Joseph Kony, que não é visto em público desde 2006, foi o líder do Exército de Resistência do Senhor (LRA) de Joseph Kony, uma guerrilha cristã fundamentalista, que espalhou o terror no norte do Uganda entre julho de 2002 e dezembro de 2005.

Os juízes, segundo a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), consideraram que havia motivos razoáveis para considerar Kony responsável por 29 acusações como "coautor indireto", incluindo ataques do LRA contra uma escola e campos de pessoas deslocadas e crimes como homicídios, tortura, casamentos forçados, gravidez forçada, violação e recrutamento de crianças menores de 15 anos.

O TPI indicou também que Joseph Kony era acusado de ser o autor direto relativamente a 10 acusações relativas a duas vítimas forçadas a serem suas mulheres, acusações que dizem respeito a escravatura, casamento forçado, gravidez forçada, escravatura sexual e violação.

O gabinete do procurador do TPI declarou que a confirmação das acusações constituía "um passo crucial para que Kony respondesse pelos crimes graves que lhe são atribuídos" e salientou o seu "compromisso inabalável em obter justiça para as vítimas dos crimes do LRA e as comunidades afetadas no norte do Uganda".

Joseph Kony, fundador e líder do movimento rebelde Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês), que aterrorizou o norte do Uganda, enfrenta 39 acusações de crimes de guerra e contra a humanidade, entre os quais assassínios, tortura, perseguição, saques, recrutamento de milhares de menores, escravidão, violação, gravidezes e casamentos forçados.

De acordo com as acusações, pelo menos 618 civis foram executados em ataques contra campos de deslocados e mais de 190 sobreviveram a tentativas de assassínio.

Com a confirmação das acusações, o processo está pronto para julgamento assim que Kony, que agora tem cerca de 64 anos, for detido e entregue ao tribunal. Acredita-se que ainda esteja vivo e escondido em áreas remotas entre a República Centro-Africana e o Darfur do Sul, no Sudão.

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