Trabalhadores rurais e sindicalistas em protesto no Brasil

Trabalhadores rurais e representantes das maiores centrais sindicais realizam hoje protestos em defesa dos direitos laborais e contra a política económica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

LUSA /

As manifestações, em várias cidades brasileiras e também em auto-estradas, foram organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), das centrais sindicais CUT e Força Sindical e da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Em São Paulo, cerca de 10.000 manifestantes reuniram-se na avenida Paulista, principal centro financeiro e tradicional local de manifestações da maior cidade brasileira, causando um grande congestionamento no trânsito.

Os manifestantes concentram-se em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), organização patronal que representa cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

Em quatro importantes auto-estradas do Estado de São Paulo, grupos também promoveram manifestações, nomeadamente contra a política económica, considerada "conservadora" e alinhada "ao grande capital internacional".

Os manifestantes protestam igualmente contra possíveis reformas da legislação trabalhista brasileira, actualmente em estudo por um conselho nomeado recentemente por Lula da Silva.

Criada ainda na década de 40, a legislação brasileira é considerada por sectores empresariais rígida e responsável por manter mais da metade dos trabalhadores do país na informalidade.

Na semana passada, Lula da Silva, antigo sindicalista e um dos principais fundadores da CUT, defendeu as reformas para modernização da legislação trabalhista.

Trabalhadores rurais promoveram bloqueios em várias auto-estradas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil também em defesa dos direitos laborais e da aceleração do actual programa de reforma agrária.

As manifestações de hoje tiveram ainda o apoio de funcionários públicos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), do Instituto Nacional de Seguros Sociais (INSS) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), actualmente em greve.

Em Brasília, as manifestações reuniram cerca de 10.000 pessoas, segundo os organizadores, com a participação de integrantes da Confederação dos Trabalhadores Agrícolas (CONTAG).

Os manifestantes são contrários também às propostas do Governo do presidente Lula da Silva para disciplinar as greves de funcionários públicos.

Recentemente, Lula da Silva classificou de "férias" as greves públicas porque os funcionários permanecem vários dias parados sem nenhum desconto em seus salários, ao contrário dos trabalhadores do sector privado.


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