"Nós já entramos. A posição já está conquistada, agora é uma questão de paciência, de muito cuidado ainda. Agora é hora de paciência, verificar casa por casa, beco por beco, não vai ter um lugar aqui neste complexo que não seja verificado, que não seja `checado`", disse o coronel Mário Sérgio Duarte em declarações à televisão brasileira TV Globo.

"Agora é trabalho de busca, procura, prisões e apreensões", explicou.

O coronel disse ainda que as tropas estão preparadas para um possível confronto. "Eles até ao momento não enfrentaram, preferiram fugir do combate, o que não significa que não estejam à procura de posições para preparar algum tipo de armadilha contra o nosso pessoal. A tropa está toda preparada. Agora é um trabalho de paciência, nós apenas conquistamos um terreno. O trabalho mais cansativo vem agora", acrescentou.

O comandante disse ainda que a "operação de limpeza" que se segue vai demorar muito mais tempo que o bloqueio e o assalto desta manhã.

"Nós não tivemos grandes confrontos até agora, o que não significa que não possamos ter. Foi muito importante para as nossas tropas estarem no terreno, em posições de 'comandamento' nas partes mais altas dos becos. Nós consideramos terreno conquistado, o que não significa que não teremos confrontos com eles aí dentro, que eles não estejam aí. Todo o cuidado está sendo tomado pelas patrulhas, busca de pessoal, buscas de material, busca de equipamento, isso vai demorar muito tempo", disse o comandante.

Por outro lado, o diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), o delegado Rodrigo de Oliveira, disse que uma vez tomado o Complexo, as autoridades não vão dar margem de manobra aos traficantes.

"Nós assumimos o complexo e jamais o vamos entregar de volta aos criminosos", sublinhou.

A equipa de Rodrigo de Oliveira tomou a localidade do Areal, considerada o "centro nervoso" do Complexo do Alemão: "Temos muitos objetivos para verificar, para tentar prender criminosos e apreender armas e drogas. A operação está só a começar".

Rodrigo Oliveira também disse que não há notícia de feridos. "O complexo parece uma cidade deserta. Não tem ninguém nas ruas", disse o delegado, antes de acrescentar: "Nenhum criminoso se entregou até agora, mas estamos à disposição. É só colocar a arma ao alto e entregar-se".