Trânsito de pesados suspenso no principal corredor do centro de Moçambique

por Lusa

O trânsito de pesados foi hoje suspenso na estrada para transporte de mercadorias do porto da Beira, Moçambique, para o Zimbábue e outros países do interior da África Austral, devido às chuvas, anunciaram as autoridades.

A subida de caudal do rio Pungué arrastou as terras que sustentam a Estrada Nacional 6 (EN6) junto a Mafambisse e uma das faixas de rodagem desabou, com a corrente a infiltrar-se por baixo do asfalto e a ameaçar o resto da via.

"Há a iminência de um corte" de estrada, referiu no local Bernardete Roque, administradora do distrito de Dondo, confinante com a cidade da Beira.

"As águas avolumaram-se de tal modo que perfuraram a [base da] via para passar", detalhou.

Para já, foi tomada a "decisão preliminar de interromper a circulação de viaturas de grande tonelagem" que compõem o grosso do tráfego diário daquele corredor.

A circulação está limitada a ligeiros até que um empreiteiro chamado para o local consiga repor a sustentação do tapete rodoviário, acrescentou a administradora do Dondo.

Em Mútua, noutro ponto da EN6, o rio Pungué inundou a via e arrastou três viaturas para o leito, incluindo um pesado, depois de terem parado para avaliar as condições de circulação -- no momento em que a corrente ganhou força os ocupantes já tinham saído dos veículos.

A cidade da Beira e arredores, na província de Sofala, foi atingida por precipitação intensa nas últimas 24 horas, um cenário recorrente nesta altura do ano, em plena época das chuvas, que ocorre de outubro a abril.

Na zona urbana, vários bairros precários ficaram inundados, levando os moradores a abandonar as casas, salvando o que puderam, com o nível da água nalguns locais a cobri-los pelo peito.

A zona está em alerta para os efeitos da tempestade tropical Freddy que, apesar de se prever que venha a atingir a costa moçambicana 250 quilómetros mais a sul, poderá trazer mais precipitação intensa nos próximos dias.

A atual época chuvosa em Moçambique já fez 95 mortes e causou prejuízos a cerca de 100.000 pessoas, segundo os últimos dados oficiais.

 

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