Três avisos nos sessenta minutos que antecederam a explosão

A tragédia de 20 de Abril com a plataforma da BP no Golfo do México foi antecedida de três sinais de que algo estaria para acontecer. De acordo com dois parlamentares norte-americanos, um relatório interno da petrolífera aponta os 51, 41 e 18 minutos que antecedem a explosão como o momento desses sinais.

RTP /
A companhia vai agora tentar selar com cimento o poço que continua a "verter" a 1500 metros de profundidade, uma operação que não é seguro que venha a correr bem EPA

Henry Waxman e Bart Stupak, que estão a acompanhar aquela que já é considerada a pior maré negra dos Estados Unidos, citam um relatório da BP que refere um primeiro sinal "51 minutos antes da explosão".

"A quantidade de líquidos que saía dos poços era superior à quantidade que era injectada para o interior dos poços", explicam, para assinalar novo sintoma de tragédia 10 minutos depois.

Cerca de 40 minutos antes da explosão, já depois de ter sido fechado para efectuar testes, "o poço continuou a escoar e a pressão na conduta de perfuração aumentou de forma inesperada".

O último aviso acontece 18 minutos antes da explosão que dois dias depois levaria a plataforma para o fundo do mar: foi sentida "uma pressão anormal" que levaria mesmo ao encerramento da bomba.

A explosão fez 11 mortos e dois dias depois, a 22 de Abril, a plataforma afundou no mar do Golfo do México.

Companhia tenta selar poço esta semana

Com centenas de milhar de litros de crude a serem expelidos diariamente para as águas americanas, a BP vai tentar esta quarta-feira uma manobra para selar o poço de petróleo.

A dimensão da tragédia ambiental pode ser vista à luz do caso do Exxon Valdez, o petroleiro que em 1989 se partiu no Alasca, para verter no mar quase 40 mil toneladas de petróleo. Afirmam os especialistas que o acidente com a plataforma do Golfo do México terá consequências mais graves do que há 21 anos.

A companhia vai agora tentar selar com cimento o poço que continua a "verter" a 1500 metros de profundidade, uma operação que não é seguro que venha a correr bem. Num primeiro momento será injectado líquido no poço, de forma a reduzir a pressão no seu interior, para depois procurar selar a entrada com nova injecção mas agora de cimento.

No caso de esta operação falhar, a BP terá já outras soluções na manga, mas não deverão ser colocadas em prática antes do final deste mês.

De acordo com a Casa Branca, o Presidente Barack Obama deverá deslocar-se amanhã ao Estado da Louisiana para avaliar os resultados das operações de luta contra a maré negra. Trata-se da segunda viagem do Presidente norte-americano à região desde a explosão e afundamento da plataforma petrolífera.

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