Três capacetes azuis mortos em ataque contra base da ONU no Sudão do Sul

Nova Iorque, 19 dez (Lusa) -- Três capacetes azuis de origem indiana morreram na sequência de um ataque realizado hoje contra uma base das Nações Unidas no Sudão do Sul, afirmou o embaixador indiano junto da ONU, Asoke Mukerji.

Lusa /

Antes, a missão das Nações Unidas no mais jovem país do mundo tinha comunicado o desaparecimento dos três soldados.

Fahran Haq, porta-voz adjunto das Nações Unidas, adiantou que os 40 capacetes azuis indianos estacionados na base de Akobo, no estado de Jonglei, já foram transferidos para um campo militar do exército do Sudão do Sul. "Não estamos mais em contacto com a base de Akobo", referiu.

Segundo as Nações Unidas, a base, onde estavam refugiadas três dezenas de pessoas da etnia Dinka, foi atacada por jovens membros da etnia Lou Nuer, seguindo-se confrontos.

Em Juba, a capital, Fahran Haq deu conta de informações não confirmadas da morte de vários estudantes em confrontos com as forças de segurança.

Centenas de estudantes concentraram-se na universidade de Juba, exigindo proteção das Nações Unidas, um pedido repetido por milhares de civis noutro bairro da capital.

A tensão no Sudão do Sul tem subido de tom desde o afastamento, em julho, do vice-Presidente, Riek Machar, apoiado maioritariamente por elementos da etnia Lou Nuer.

Na sequência do afastamento, Machar lançou um apelo ao exército para derrubar o chefe de Estado, Salva Kiir.

Desde domingo, os combates entre fações do exército, qualificados pelas autoridades como uma tentativa de golpe de Estado conduzido por Riek Machar, causaram cerca de 500 mortos e 800 feridos, estimam as Nações Unidas.

Os confrontos dos últimos dias mostram as profundas rivalidades políticas e por vezes étnicas existentes no seio do regime, com origem nas décadas de rebelião que levou à independência do Sudão do Sul, em julho de 2011.

Tópicos
PUB