Tribunal autoriza marcha falangista até ao Vale dos Caídos

Madrid, 18 nov (Lusa) - O Tribunal Superior de Justiça de Madrid (TSJM) revogou uma decisão da Junta Eleitoral Provincial de Madrid e permitiu a realização de uma marcha falangista entre Madrid e o Vale dos Caídos, em homenagem a Francisco Franco.

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A manifestação vai sair de Madrid no sábado, dia da reflexão para as eleições legislativas de domingo, e vai terminar no Vale dos Caídos, local onde está sepultado o ditador Francisco Franco (que morreu a 20 de novembro de 1975) e o fundador da falange, José Antonio Primo de Rivera.

O protesto foi convocado pela Associação Hermandade da Velha Guarda que quer ainda "homenagear Primo de Rivera no 75º aniversário do seu fuzilamento a 20 de novembro de 1936"

Foi inicialmente proibido pela Junta Eleitoral por coincidir com as eleições, mas a decisão foi agora revogada pela decisão do TSJM.

No seu argumento, a Junta Eleitoral tinha rejeitado a marcha alegando motivos de segurança.

Relatórios preparados pela Guarda Civil e pela Polícia Municipal de Madrid concluíam ainda que existia "um perigo grave" tanto para os manifestantes como para os próprios efetivos de segurança.

O tribunal discorda dessa análise e, por isso, deliberou autorizar a marcha que começa às 21:30 de sábado, no cruzamento das rua Marqués de la Ensenada e da rua Génova, até à entrada para o Vale dos Caídos.

Entretanto, várias organizações antifranquistas convocaram também para este fim-de-semana uma concentração em frente ao Vale dos Caídos para "denunciar a falta de espírito democrático das autoridades e o seu medo em atuar de forma contundente e clara no Vale dos Caídos, o único monumento de exaltação ao fascismo que ainda existe na Europa".

As concentrações dos grupos antifranquistas também se realizam tradicionalmente a 20 de novembro.

No ano passado o Vale dos Caídos foi palco de momentos de grande tensão quando grupos neonazis estiveram reunidos depopis de convocação pela Federação de Fóruns pela Memória que reclamam a destruição da grande cruz do monumento, construído por presos políticos durante o franquismo.

ASP.

Lusa/Fim

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