Tribunal catalão vai ouvir implicados na organização do referendo separatista

por Lusa
Reuters

Seis dos 14 detidos por envolvimento na preparação do referendo na Catalunha vão ser presentes hoje a um juiz tendo sido transportados para o tribunal pela Guarda Civil, disseram à EFE fontes oficiais.

Os seis implicados foram transferidos das instalações da Guarda Civil, no centro de Barcelona, sob fortes medidas de segurança para o edifício do Tribunal de Instrução n.º 13, na capital da catalã por volta das 07h00 (06h00 em Lisboa).

O secretário-geral da vice-presidência da Generalitat, Josep Maria Jové e o secretário do Departamento de Finanças, Lluis Salvadó fazem parte do grupo dos seis detidos que vão ser ouvidos hoje pelo juiz Juan Antonio Ramírez, que decretou as buscas realizadas esta semana, na Catalunha.

Na quarta-feira realizaram-se buscas em organismos oficiais e empresas privadas tendo sido apreendidos documentos e diverso material relacionado com a realização do referendo marcado pelos separatistas para o dia 1 de outubro, mas que foi suspenso pelo Tribunal Constitucional.

Os detidos foram acusados de delitos de desobediência, má gestão de fundos públicos e sedição, incorrendo a penas que podem chegar aos 15 anos de cadeia.

Cinco dos 14 detidos foram postos em liberdade na quinta-feira, sendo que outros três já tinham sido libertados na quarta-feira, logo após a operação da Guarda Civil.

Na quinta-feira à noite, o presidente da Generalitat disse dispor de um “plano de contingência” para a realização da consulta independentista na data marcada.

Através de uma mensagem difundida pelas redes sociais, Carles Puigdemont disse que o governo autónomo sente que está “completamente apoiado e preparado para enfrentar os embates que possam acontecer”.

“No dia 1 de outubro vai realizar-se o referendo de autodeterminação que tínhamos convocado. Vai realizar-se porque temos previstos planos de contingência para o garantir, mas, sobretudo porque existe apoio da imensa maioria da população que está farta de prepotência e dos abusos do governo do Partido Popular”, escreveu o presidente da Generalitat.

Segundo Puigdemont “já não é uma questão de se decidir um vínculo político com o Estado, mas sim de queremos viver sob um regímen plenamente democrático que respeite as liberdades”.
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