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Tribunal dos EUA condena por fraude fundadora da Theranos
A fundadora da Theranos, empresa norte-americana de exames ao sangue, foi na segunda-feira condenada por 11 acusações de fraude. Elizabeth Holmes, antiga estrela de Silicon Valley, prometeu com a sua start-up revolucionar os testes de sangue através de novas tecnologias.
O júri considerou Holmes culpada de várias acusações, incluindo conspiração para burlar investidores através de escutas telefónicas. O julgamento durou quase quatro meses e implicou 50 horas de deliberação.
Outras três acusações adicionais ficaram por resolver, depois de o júri não ter sido capaz de chegar a um consenso.
Agora, Elizabeth Holmes, de 37 anos, enfrenta uma pena de décadas de prisão, mas a sentença apenas terá lugar mais tarde, no tribunal federal. É expectável que a condenada tente recorrer.
Com a ajuda de uma história cuidadosamente elaborada, conseguiu, em poucos anos, ganhar a confiança de figuras de destaque e angariar fundos de investidores prestigiados, atraídos pelo perfil desta jovem.
Outras três acusações adicionais ficaram por resolver, depois de o júri não ter sido capaz de chegar a um consenso.
Agora, Elizabeth Holmes, de 37 anos, enfrenta uma pena de décadas de prisão, mas a sentença apenas terá lugar mais tarde, no tribunal federal. É expectável que a condenada tente recorrer.
Na segunda-feira de manhã, os jurados informaram o juiz federal dos EUA, Edward Davila, de que continuavam divididos em três das acusações. O magistrado pediu-lhes que continuassem a deliberar e que levassem o tempo que fosse necessário, "sem pressas".
“Ela escolheu a fraude em vez da insolvência”, acusou em tribunal o procurador Jeff Schenk. “Escolheu ser desonesta com investidores e pacientes. Essa escolha não foi apenas insensível, foi também criminosa”.
Testes ao sangue com imprecisões e recurso a laboratórios externos
Elizabeth Holmes fundou a Theranos em 2003, com 19 anos, prometendo ferramentas de diagnóstico mais rápidas e mais baratas do que os laboratórios tradicionais.Com a ajuda de uma história cuidadosamente elaborada, conseguiu, em poucos anos, ganhar a confiança de figuras de destaque e angariar fundos de investidores prestigiados, atraídos pelo perfil desta jovem.
No seu auge, a empresa chegou a estar avaliada em quase 10 mil milhões de dólares.
As suspeitas sobre a Theranos surgiram inicialmente em 2015, quando o Wall Street Journal revelou que os testes realizados internamente pela empresa possuíam grandes imprecisões. Foi também avançado que a Theranos estava a recorrer a laboratórios externos e à metodologia tradicional para analisar sangue.
O veredito do júri vem agora pôr fim à ascensão de Holmes à fama: a fundadora da Theranos apareceu nas capas das principais revistas norte-americanas, participou em conferências e foi comparada várias vezes a Steve Jobs, fundador da Apple.
A queda da empresa de exames ao sangue tem motivado nos últimos anos ainda mais fervor público do que a sua ascensão, havendo já documentários, um filme e uma futura série de televisão sobre o que correu mal na start-up de Elizabeth Holmes.
c/ agências