Tripulantes do batíscafo escreveram cartas de despedida
Os sete tripulantes do batíscafo russo, resgatado no domingo, depois de três dias preso no fundo do oceano Pacífico, escreveram cartas de despedida e racionaram ao extremo as suas reservas de pão e água, noticiou hoje a interfax.
As mulheres dos marinheiros do submarino AS-28 leram hoje as cartas e decidiram guardá-las como recordação, segundo a agência noticiosa russa, citando fontes do hospital onde aqueles estão a ser submetidos a exames médicos.
Os tripulantes do batíscafo escreveram as cartas na quinta- feira, poucas horas depois de ficarem presos na rede de cabos submarinos de vigilância costeira que tentavam reparar, a uns 100 quilómetros da península de Kamchatka, no extremo oriental da Rússia.
Devido à falta de provisões, os marinheiros viram-se obrigados a beber apenas três a quatro golos de água diários e comer poucas migas de pão seco.
Para poupar energia e oxigénio, reduziram ao mínimo o consumo de electricidade e mantiveram-se deitados no piso do submarino com uma temperatura de cinco graus positivos.
Os médicos certificaram que, apesar das circunstâncias, os marinheiros estão bem de saúde, apresentando apenas sintomas de catarro.
No encontro com o ministro da Defesa russo, Sergei Ivanov, os marinheiros mostraram-se dispostos a continuar a servir a Armada.
Ivanov, por seu lado, elogiou-lhes "a valentia e a resistência", aconselhou-os a "meter umas férias" e ofereceu-lhes, em caso de necessidade, o internamento nos melhores hospitais da Rússia.
De acordo com os especialistas, a autonomia do batíscafo AS-28 é de 120 horas, no caso de a tripulação estar integrada por três marinheiros. Por isso, se a operação de salvamento tivesse demorado umas poucas horas mais, teria sido posta em perigo a vida dos sete tripulantes.
O batíscafo emergiu no domingo pelos seus próprios meios, depois de o "robot" submarino Scorpio, guiado à distância por especialistas britânicos, ter cortado os cabos que o mantinham preso a 190 metros de profundidade.