O presidente norte-americano garantiu que os EUA vão impor novas sanções ao Irão, num esforço para evitar que Teerão obtenha armas nucleares, acrescentando que a ação militar ainda é “uma possibilidade”. Isto depois de Teerão ter dito esta manhã que qualquer intervenção militar terá consequências "devastadoras" para os interesses norte-americanos e dos aliados na região.
“Vamos colocar sanções adicionais ao Irão”, garantiu. “Em alguns casos estamos a avançar devagar, noutros estamos a agir rapidamente”, garantiu Trump.
O presidente norte-americano reiterou que “uma ação militar está sempre em cima da mesa” contra o Irão.
Numa entrevista à NBC, esta sexta-feira, o Presidente disse que decidiu não atacar o Irão para evitar a morte de 150 pessoas, considerando que isso seria uma reação desproporcionada em relação ao abate do drone americano, não tripulado. Agora, volta a colocar pressão sobre o Irão.
O presidente norte-americano também disse que estava disponível para reverter a escalada de tensão, garantindo estar pronto a chegar a um acordo que fizesse disparar a economia do país. “Podemos chamar-lhe ‘Vamos tornar o Irão grande de novo’”, disse. Trump argumentou que isso nunca acontecerá se o Irão continuar a pensar que vai conseguir ter uma arma nuclear dentro de poucos anos.
Donald Trump assegurou que os Estados Unidos serão "os melhores amigos" do Irão se este renunciar ao seu programa nuclear. Mas, enquanto tal não acontece, Washington continuará "a somar sanções económicas", frisou.
Entretanto, o Ministro dos Negócios Estrageiros do Irão partilhou no Twitter um mapa com as coordenadas exactas que diz que provam que o drone abatido na quinta-feira estava dentros das águas territoriais do país.
LEGEND: blue=drone; yellow line=Iranian FIR; red line=Iranian territorial waters; ; green line=baseline internal waters; yellow dots=Iran radio warnings sent; red dot=point of impact. pic.twitter.com/Fs2jadCuoq
— Javad Zarif (@JZarif) 22 de junho de 2019
Numa série de tweets, Javad Zarif reiterou os argumentos de que o drone estava na área pertencente ao Irão.
"O disparo de uma bala em direção ao Irão colocará em causa os interesses da América e dos seus aliados na região", declarou o general Abolfazl Shekarchi, porta-voz do Estado-maior Conjunto das Forças Armadas iranianas numa entrevista à agência Tasnim.
Estas afirmações acontecem numa altura em que aumenta a tensão entre os dois países após o derrube de um drone (aparelho aéreo não-tripulado) norte-americano pelas forças iranianas, que levou Washington a preparar ataques aéreos retaliatórios, cancelados à última hora pelo Presidente Donald Trump.
Na sexta-feira, os Estados Unidos (EUA) pediram a realização na segunda-feira de uma reunião à porta fechada do Conselho de Segurança da ONU para falar sobre os últimos desenvolvimentos relacionados com o Irão, indicaram este sábado fontes diplomáticas.
O pedido de Washington solicita discussões com os 15 Estados-membros que compõem este órgão máximo da ONU (por ter a capacidade de fazer aprovar resoluções com caráter vinculativo) "sobre os últimos acontecimentos relacionados com o Irão e os recentes incidentes envolvendo petroleiros" estrangeiros, indicou uma fonte diplomática, citada pela agência noticiosa francesa France-Presse (AFP) que falou sob a condição de anonimato.
Segundo uma outra fonte diplomática, citada igualmente pela AFP, a reunião deve ser realizada na segunda-feira à tarde.
O Irão alegou que o drone de vigilância marítima RQ-4A Global Hawk estava em espaço aéreo iraniano e que foi alertado várias vezes antes de ser lançado um míssil contra ele.
A versão iraniana é contestada pelos Estados Unidos, que afirmam que o drone foi abatido no espaço aéreo internacional no estreito de Ormuz, onde na semana passada dois petroleiros, um norueguês e um japonês, foram alvo de ataques, atribuídos por Washington a Teerão, que nega qualquer responsabilidade nos incidentes.
O estreito de Ormuz, no Golfo de Omã, ao largo do Irão, é uma área considerada como vital para o tráfego mundial de petróleo.
Um mês antes destes recentes incidentes, outros quatro navios, incluindo três petroleiros, já tinham sido alvo de atos de sabotagem no mar de Omã, ao largo dos Emirados Árabes Unidos.
Ainda na quinta-feira, o Irão declarou que pretendia levar o caso do drone norte-americano "perante a ONU" para demonstrar que "os Estados Unidos mentem" e que Washington atacou a República Islâmica.
c/Lusa
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