Mundo
Guerra na Ucrânia
Trump diz que Putin "está a brincar com o fogo"
O presidente dos Estados Unidos recorreu novamente às redes sociais para se dirigir ao seu homólogo russo, criticando a estratégia de Vladimir Putin na guerra na Ucrânia. Assumiu-se ainda como fiel da balança e garantia de proteção de Moscovo.
"O que Vladimir Putin não percebe é que, se não fosse eu, muitas coisas muito más já teriam acontecido à Rússia, e quero dizer MUITO más. Ele está a brincar com o fogo!", escreveu Donald Trump na rede social Truth Social, dois dias depois de ter dito que o seu homólogo está "completamente louco" e sem explicar de que forma está a evitar o que de mau pode acontecer à Rússia. Desta vez, Trump deixou de fora das críticas o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Dmitri Medvedev, o ex-presidente russo e um dos políticos mais próximos de Putin, respondeu a Trump.
"Sobre as palavras de Trump sobre Putin "brincar com o fogo" e "coisas realmente más" a acontecer à Rússia. Só conheço uma coisa REALMENTE MÁ — a Terceira Guerra Mundial. Espero que Trump entenda isso!", escreveu em inglês na plataforma de redes sociais X.
O enviado especial de Trump para a Ucrânia, o general Keith Kellogg, comentou por seu lado na Fox News que a "frustração do presidente dos EUA era compreensível", indicando que as futuras negociações, a ocorrerem, "provavelmente" se irão realizar em Genebra.
De acordo com a CNN e o Wall Street Journal, Donald Trump poderá anunciar novas sanções contra a Rússia ainda esta semana, no que, a confirmar-se, seria uma clara mudança de estratégia para o multimilionário republicano.
Esta não foi a primeira vez que Donald Trump demonstrou desagrado com Putin, sobretudo depois de conversas telefónicas entre ambos correrem de feição à declaração de tréguas, como pretende Trump, para depois a situação se agravar no terreno.De acordo com a CNN e o Wall Street Journal, Donald Trump poderá anunciar novas sanções contra a Rússia ainda esta semana, no que, a confirmar-se, seria uma clara mudança de estratégia para o multimilionário republicano.
Domingo, 25 de maio, Trump tinha expressado desagrado com a falta de avanços nas negociações e com a continuação dos ataques russos contra território ucraniano.
Moscovo tem estado a intensificar os bombardeamentos e o uso de drones para atacar alvos civis ucranianos, levando o presidente norte-americano a considerar também que Putin está "completamente louco".
Putin "está a matar desnecessariamente muitas pessoas, e não estou a falar apenas de soldados. Mísseis e 'drones' estão a ser disparados contra cidades ucranianas sem qualquer motivo", denunciou Trump na sua publicação de domingo.A presidência russa reagiu a estas críticas dizendo que Vladimir Putin toma as decisões necessárias para garantir a segurança do país. O seu porta-voz, Dmitri Peskov, desvalorizou a reação de Trump, qualificando-a como emocional.
O presidente norte-americano não critica apenas Putin, mas aponta o dedo igualmente ao presidente ucraniano. "Tudo o que sai da sua boca cria problemas. Não gosto disso e é melhor que pare", avisou, na mensagem de domingo. Volodymyr Zelensky pediu entretanto que se faça pressão sobre a Rússia, para a obrigar a cessar os ataques. O líder ucraniano afirmou ainda que "o silêncio dos Estados Unidos e de outros países apenas encoraja Putin".
Desde fevereiro, após a sua tomada de posse, que Donald Trump tenta intervir diretamente no cessar-fogo e negociações de paz na Ucrânia, afastando os aliados europeus que têm apoiado a resistência ucraniana.
Não foram obtidos quaisquer resultados concretos, apesar de dois contactos diretos entre ambos os presidentes americano e russo.
Trump tem-se mostrado compreensivo com a retórica do Kremlin sobre os motivos que levaram à guerra na Ucrânia, desdenhando avisos de Zelensky sobre as reais intenções russas e respetiva estratégia, que Kiev refere não passar de "mentiras".
A 16 de maio, equipas dos governos russo e ucraniano mantiveram os seus primeiros contactos diretos em mais de três anos. O encontro em Istambul, na Turquia, resultou no único compromisso tangível, a troca de 1000 prisioneiros de cada lado.
com agências