Trump e Biden discutem pandemia em debates com eleitores

Os candidatos presidenciais Donald Trump e Joe Biden mostraram novamente uma profunda discordância sobre a gestão da pandemia, em debates com eleitores em canais diferentes, difundidos à mesma hora, 19 dias antes das eleições norte-americanas.

Mário Aleixo - RTP /
Trump e Biden continuam a divergir em quase tudo Reuters

"Fizemos um trabalho fantástico... As vacinas estão a chegar e os tratamentos estão a chegar", disse o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no canal de televisão NBC, num debate em direto, a partir de Miami, na Florida.

"Encontramo-nos numa situação em que temos mais de 210.000 mortos e o que está ele (Trump) a fazer? Nada", criticou, por seu turno, Joe Biden o candidato democrata no canal de televisão ABC, transmitido a partir de Filadélfia, na Pennsylvania.

Os dois candidatos às eleições presidenciais de 3 de novembro participaram à mesma hora em dois programas televisivos com perguntas de eleitores, em substituição do debate proposto para o mesmo dia em formato virtual, que Trump recusou.
Na semana passada, o bilionário republicano recusou participar no segundo debate da campanha, marcado para quinta-feira, quando os organizadores anunciaram que seria feito de forma virtual, como medida de precaução, caso Trump, que esteve infetado com Covid-19, ainda estivesse contagioso.
Argumentos de Trump
"Não vou perder o meu tempo", disse então o republicano.

Trump mostrou-se tenso e irritado com as perguntas, especialmente sobre o porquê de usar tão pouco a máscara.

"Sou presidente, tenho de ver pessoas... Não posso estar fechado numa bela sala algures na Casa Branca", ironizou.

O republicano também recusou condenar explicitamente o movimento de conspiração QAnon.

"Não sei nada sobre QAnon", disse, antes de assegurar que concordava com as posições do movimento "contra a pedofilia".Biden privilegia o diálogo
Em contraste, o candidato democrata, que lidera a corrida nas sondagens, respondeu às perguntas da audiência num registo muito mais calmo.

É necessário "ouvir o outro", disse a um eleitor que lhe perguntou como tencionava restaurar a "cortesia e a honra" na política norte-americana.

Mais de 17,5 milhões de norte-americanos já votaram por correspondência ou em voto antecipado, com as sondagens a darem vantagem a Biden.

O antigo vice-presidente democrata lidera por quase 10 pontos percentuais a média nacional das sondagens de opinião para as eleições presidenciais de 3 de novembro.

Um debate entre os dois candidatos está ainda agendado para 22 de outubro em Nashville, Tennessee.
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