Trump instala placas com conteúdo depreciativo nos retratos de Biden e Obama
O republicano Donald Trump instalou placas sob os retratos dos antecessores na Casa Branca com textos que, no caso dos democratas Joe Biden e Barack Obama, contêm críticas e queixas do atual Presidente norte-americano.
O chefe de Estado norte-americano já tinha causado polémica ao instalar uma galeria de retratos de ex-presidentes sob uma colunata exterior que conduz à Sala Oval, na qual a fotografia de Joe Biden foi substituída pela de uma máquina de assinatura.
A iniciativa fazia referência às alegações de Donald Trump de que o seu antecessor estava senil e incapaz de governar.
Os jornalistas descobriram hoje que tinham sido acrescentadas placas com resumos biográficos por baixo dos retratos, noticiou a agência France-Presse (APF).
O texto sobre Joe Biden (2021-2025) e Barack Obama (2009-2017) são, previsivelmente, extremamente negativas.
Sobre o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, a placa afirma que é "uma das figuras políticas mais fraturantes da história".
É também chamado de "Barack Hussein Obama", da mesma forma que Donald Trump o trata, que ajudou a amplificar as teorias da conspiração sobre as origens do seu antecessor.
Joe Biden é descrito da seguinte forma: "Joe Biden, o Sonolento ("Sleepy Joe", na expressão em inglês), foi, de longe, o pior presidente da história dos Estados Unidos".
A placa repete ainda a falsa alegação de que a eleição de 2020 foi roubada a Donald Trump.
Quanto a Bill Clinton (1993-2001), a placa reconhece a sua "excelente" gestão económica "apesar dos seus escândalos" e observa que a sua mulher, Hillary Clinton, perdeu as eleições para Trump em 2016.
Em relação ao republicano Ronald Reagan (1981-1989), admirado por Trump, a inscrição refere que "venceu a Guerra Fria" e que "era fã do presidente Donald J. Trump muito antes da histórica campanha presidencial de Trump".
Quanto ao atual presidente, a sua biografia é, sem surpresas, altamente elogiosa.
Afirma que pôs fim a oito conflitos em oito meses, um número amplamente considerado como inventado, e que gerou triliões de dólares em investimentos nos Estados Unidos, uma alegação não verificável.
Esta galeria é uma das muitas mudanças que Trump ordenou na Casa Branca para deixar a sua marca, sendo a mais significativa a construção em curso de um grande salão de baile, que envolveu a demolição da histórica Ala Leste da residência presidencial.
Desde que regressou ao poder, em 20 de janeiro, Donald Trump transformou a Casa Branca num cenário a seu gosto para se glorificar, referiu ainda a AFP.
Além de mandar construir um gigantesco salão de baile, multiplicou os ornamentos dourados e pendurou retratos de si próprio, contrariando o costume segundo o qual a efígie de um presidente não é exibida até que este deixe o poder.