Mundo
Trump muda embaixada de Telavive para Jerusalém
O Presidente norte-americano informou esta terça-feira o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, de que vai transferir a embaixada dos Estados Unidos para a cidade santa.
O próprio Mahmoud Abbas deixou um alerta muito incisivo, através do seu porta-voz, contra as intenções do Presidente norte-americano: transferir a embaixada dos Estados Unidos para a cidade santa terá “consequências muito perigosas”.As representações diplomáticas em Israel estão
situadas em Telavive, uma vez que está determinado pelas Nações Unidas
de que o estatuto de Jerusalém pende ainda de uma negociação entre
israelitas e palestinianos.
Com tantos fogos por apagar no que respeita ao alegado envolvimentos de membros da sua Administração na questão do alegado conluio com o Kremlin, poder-se-ia até pensar que Donald Trump está a deitar mão de uma manobra de diversão em Israel, não fosse a questão da embaixada de uma gravidade incontornável.
Uma embaixada em Jerusalém é a chancela de que Israel precisava do seu maior aliado para dar novo impulso a ideia de formalizar Jerusalém como capital israelita. A cidade, no entanto, também é reclamada pelos palestinanos, que não desistem de ter em Jerusalém-Leste, anexada pelos israelitas em 1967, a capital de um futuro Estado da Palestina.
A questão levou Trump a contactar os principais líderes da região: o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o Rei Abdullah da Jordânia (país que é o guardião dos locais santos muçulmanos de Jerusalém) e o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas. “Outros contactos com líderes estrangeiros terão lugar ainda hoje”, acrescentou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.
Em declarações registadas pela CNN, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, considera que a mudança “é um erro fatal” que mais não fará do que reacender o conflito do Médio Oriente.
Da parte de Ancara, que vê a capital em Jerusalém como “uma linha vermelha”, a consequência poderá ser desde logo o corte das ligações diplomáticas com Israel. “Sendo presidente temporário da Organização para a Cooperação Islâmica, vamos estar muito atentos a esta questão”, avisou Erdogan.
O porta-voz do Presidente turco deixou o alerta de forma a que Trump pudesse recebê-lo – no Twitter. Uma série de tweets de Ibrahim Kalin sugerem que a decisão não é bem-vinda nos países muçulmanos.
Os avisos partiram não apenas da região mas de aliados ocidentais de Trump, como o Presidente francês, Emmanuel Macron.
Mas a decisão estava tomada e deve ser fechada ainda esta semana, de acordo com a CNN. Hogan Gidley, outro dos porta-vozes de Trump, assinalava esta segunda-feira a bordo do avião do Presidente, durante um briefing aos jornalistas, que a questão não era sequer “se” haveria mudança, mas “quando” se dará essa mudança de Telavive para Jerusalém.
Trump assumiu como um dos seus projectos mediar e concluir com sucesso negociações de paz entre israelitas e palestinianos, no que disse que seria “O Acordo do Século”.
Donald Trump arrisca entretanto falhar em toda a linha no Médio Oriente. Numa primeira fase da sua Presidência, logo nos primeiros meses da administração, avançou com a ideia de entregar o dossier ao seu genro, Jared Kushner, entretanto investido das funções de conselheiro presidencial.
A transferência de capital poderá agora minar de vez quaisquer esforços futuros de uma negociação israelo-palestiniana sob os auspícios norte-americanos. Nabil Chaath, um dos mais conhecidos conselheiros de Mahmoud Abbas, já o veio pôr por palavras: “Não voltaremos a aceitar a mediação dos estados Unidos. Não voltaremos a aceitar a mediação do senhor Trump. [A mudança de embaixada] ditará o fim dos americanos no processo de paz”.
Chaath advertiu ainda para as manifestações que vão agora encher as ruas, abrindo a porta “a uma onda de violência no mundo árabe que ninguém poderá controlar”.
Com tantos fogos por apagar no que respeita ao alegado envolvimentos de membros da sua Administração na questão do alegado conluio com o Kremlin, poder-se-ia até pensar que Donald Trump está a deitar mão de uma manobra de diversão em Israel, não fosse a questão da embaixada de uma gravidade incontornável.
Uma embaixada em Jerusalém é a chancela de que Israel precisava do seu maior aliado para dar novo impulso a ideia de formalizar Jerusalém como capital israelita. A cidade, no entanto, também é reclamada pelos palestinanos, que não desistem de ter em Jerusalém-Leste, anexada pelos israelitas em 1967, a capital de um futuro Estado da Palestina.
A questão levou Trump a contactar os principais líderes da região: o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o Rei Abdullah da Jordânia (país que é o guardião dos locais santos muçulmanos de Jerusalém) e o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas. “Outros contactos com líderes estrangeiros terão lugar ainda hoje”, acrescentou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.
Em declarações registadas pela CNN, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, considera que a mudança “é um erro fatal” que mais não fará do que reacender o conflito do Médio Oriente.
Da parte de Ancara, que vê a capital em Jerusalém como “uma linha vermelha”, a consequência poderá ser desde logo o corte das ligações diplomáticas com Israel. “Sendo presidente temporário da Organização para a Cooperação Islâmica, vamos estar muito atentos a esta questão”, avisou Erdogan.
O porta-voz do Presidente turco deixou o alerta de forma a que Trump pudesse recebê-lo – no Twitter. Uma série de tweets de Ibrahim Kalin sugerem que a decisão não é bem-vinda nos países muçulmanos.
1/We are extremely concerned about reports that the US is preparing to declare Jerusalem as capital of Israel. This would be a fatal mistake and go against international agreements, UN resolutions and historical facts.
— Ibrahim Kalin (@ikalin1) 5 de dezembro de 2017
Os avisos partiram não apenas da região mas de aliados ocidentais de Trump, como o Presidente francês, Emmanuel Macron.
Mas a decisão estava tomada e deve ser fechada ainda esta semana, de acordo com a CNN. Hogan Gidley, outro dos porta-vozes de Trump, assinalava esta segunda-feira a bordo do avião do Presidente, durante um briefing aos jornalistas, que a questão não era sequer “se” haveria mudança, mas “quando” se dará essa mudança de Telavive para Jerusalém.
Trump assumiu como um dos seus projectos mediar e concluir com sucesso negociações de paz entre israelitas e palestinianos, no que disse que seria “O Acordo do Século”.
Donald Trump arrisca entretanto falhar em toda a linha no Médio Oriente. Numa primeira fase da sua Presidência, logo nos primeiros meses da administração, avançou com a ideia de entregar o dossier ao seu genro, Jared Kushner, entretanto investido das funções de conselheiro presidencial.
A transferência de capital poderá agora minar de vez quaisquer esforços futuros de uma negociação israelo-palestiniana sob os auspícios norte-americanos. Nabil Chaath, um dos mais conhecidos conselheiros de Mahmoud Abbas, já o veio pôr por palavras: “Não voltaremos a aceitar a mediação dos estados Unidos. Não voltaremos a aceitar a mediação do senhor Trump. [A mudança de embaixada] ditará o fim dos americanos no processo de paz”.
Chaath advertiu ainda para as manifestações que vão agora encher as ruas, abrindo a porta “a uma onda de violência no mundo árabe que ninguém poderá controlar”.