Turquia e Síria. Número de vítimas mortais dos terramotos ultrapassa os 17.500

por Cristina Sambado - RTP
As operações de resgate prosseguem em condições muito difíceis EPA

O balanço do sismo que atingiu na segunda-feira a Turquia e a Síria é já superior a 17.500 mortos, indicaram esta quinta-feira autoridades e fontes médicas dos dois países.

Pelo menos 14.351 pessoas morreram na Turquia e 3.162 na Síria, disseram as mesmas fontes, o que eleva a 17.513 o número total de vítimas, enquanto prosseguem as operações, sob frio extremo, para tentar encontrar sobreviventes.

O sismo de magnitude 7.8 na escala de Richter atingiu o sudeste da Turquia e o norte da vizinha Síria. Foi seguido de várias réplicas, umas das quais de magnitude 7,5. Nos dois países atingidos pelo terramoto, foram também registados mais de 58 mil feridos, muitos com fraturas e outras lesões graves.

As equipas de resgate continuam a procurar sobreviventes nos escombros dos prédios que desabaram. No entanto, 72 horas depois dos abalos, as possibilidades de encontrar pessoas vivas vão diminuindo, segundo os especialistas.

“A taxa de sobrevivência em média em 24 horas é de 74 por cento, após 72 horas é de 22 por cento e ao fim do quinto dia baixa para seis por cento”, afirmou um especialista em riscos naturais ao jornal britânico The Guardian.

Em terramotos anteriores, foram recuperados sobreviventes após 15 dias debaixo dos escombros. Mas as temperaturas negativas desde segunda-feira podem significar que os que sobreviveram aos sismos, mas ainda estão presos nos escombros, correm o risco de morrer de hipotermia, afirmaram vários médicos. Esta quinta-feira, em Antakya, as equipas de resgate conseguiram resgatar uma jovem e o pai de um prédio em ruínas.

A ajuda internacional começou a chegar na terça-feira, com dezenas de países a oferecerem apoio a Ancara.

Uma Força Operacional Conjunta (FOCON) portuguesa partiu na quarta-feira para a Turquia, composta por 53 operacionais da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, da Guarda Nacional Republicana, do Regimento Sapadores Bombeiros e do Instituto Nacional de Emergência Médica.

Para a Organização Mundial da Saúde, o maior desafio das organizações humanitárias é garantir que os sobreviventes dos abalos “continuem a sobreviver”.

A estrutura da ONU recorda que existem “milhares de pessoas que sobrevivem ao relento, e em condições horríveis, sem acesso a água, combustível, eletricidade e comunicações”.


Já a instituição de solidariedade Save the Children recorda que os terramotos afetaram cerca de 23 milhões de pessoas, entre elas muitas crianças e que os sobreviventes estão a contra o frio intenso.

“Precisamos de apoio e especialmente apoio psicológico de primeiros socorros para crianças, que viram as suas casas e escolas desabarem. A comunidade internacional necessita fazer chegar todo o apoio possível para apoiar os trabalhadores humanitários locais”, afirmou a coordenadora da Save the Children.
Conflito na Síria dificulta salvamento
No norte da Síria, controlado por grupos rebeldes, a ajuda está a chegar com mais dificuldade, alertam os especialistas britânicos.

Em declarações à BBC, o responsável do Comité de Emergência de Desastres do Reino Unido afirmou, “a Síria está em conflito, mas as nossas equipas trabalham no país há dez anos. Têm pessoas no local, tanto voluntários como funcionários. Portanto, apesar dos desafios que estão a enfrentar devido a estradas danificadas a ajuda está a chegar. As necessidades na Síria são imensas”.

Segundo a Reuters, o primeiro comboio de assistência humanitária para o noroeste da Síria, onde o impacto de 11 anos de guerra civil complica os esforços de socorro, está a caminho da fronteira sul da Turquia com a esperança de cruzar a fronteira com a Síria durante a tarde desta quinta-feira. Os Capacetes Brancos da Síria (voluntários de defesa civil) alertam para que “o tempo se está a esgotar” e que “centenas de famílias” continuam debaixo dos escombros.

As equipas prosseguem a busca por sobreviventes “no meio de grandes dificuldades” e com a necessidade de máquinas pesadas para remover os escombros.


“Cada segundo significa salvar uma vida”, escreveu a organização na rede social Twitter.

c/ agências

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