Turquia estende ocupação em território sírio

O presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, anunciou que as suas forças militares tencionam avançar em direcção a Raqqa e permanecer em território sírio o tempo que considerar necessário para atingir os seus objectivos.

RTP /
Osman Orsal, Reuters

Em declarações hoje prestadas à imprensa e citadas no diário turco Hürryiet, a pouco tempo de partir para uma visita ao Bahrain, Arábia Saudita e Qatar, Erdoğan manifestou a intenção de tomar Raqqa, que classificou como "a capital do Daesh" e afirmou que várias outras cidades foram já purgadas de elementos do mesmo Daesh ("Estado Islâmico").

O presidente turco afirmou, nomeadamente: "Tal como Jarablus, al-Rai, Dabiq foram limpas [do Daesh] e os habitantes locais regressaram, também al-Bab será limpa e as pessoas de al-Bab voltarão para se instalarem aí".

Depois desse balanço, admitiu que o objectivo da operação em curso, designada como "Escudo do Eufrates", é o de avançar para as cidades de Manbij e Raqqa, para estabelecer o que chamou uma "zona livre de terroristas".

Mas reconheceu que o seu alvo não é apenas, e talvez sobretudo, o Daesh, e sim as milícias curdas: "Depois de termos removido da região o Daesh, o YPG [Unidades de Protecção do Povo Curdo Sírio] e o PYD [Parrtido de União Democrática Sírio-Curdo], e de termos expulsado o Daesh de Raqqa, não podemos dar-nos ao luxo de ficar lá. Mas neste momento é demasiado cedo para falar desses assuntos".

Erdoğan disse também que tinha combinado a ofensiva em curso com os Estados Unidos e com a Rússia, e que tencionava reconstruir a infraestrutura das cidades ocupadas, para permitir que a elas regressem os refugiados que entretanto se encontram na Turquia.
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