Twitter volta a permitir publicidade política após queda abrupta de lucros

A rede social Twitter anunciou que vai voltar a permitir publicidade política na plataforma depois de a empresa - agora gerida por Elon Musk - ter apresentado grandes prejuízos. Jack Dorsey, antigo diretor do Twitter, havia proibido este tipo de anúncios, mas Elon Musk tem mudado algumas das políticas para permitir recuperar o dinheiro perdido após a compra da rede social.

RTP /
Reuters

Apesar de Jack Dorsey em 2019 ter dito que chegar aos eleitores através de mensagens políticas tem de ser algo “alcançado e não comprado”, o Twitter anunciou uma reversão desta política e agora vai voltar a permitir anúncios políticos pagos nas próximas semanas.

Numa publicação na própria rede social, o Twitter disse que a partir de agora vai alinhar esta medida de mensagem publicitária política de acordo com as regras usadas em televisão. A rede social assegurou que mudar esta política teria sempre em conta a proteção dos utilizadores.

Esta mudança acontece numa altura em que Elon Musk voltou a aceitar as contas de Kanye West (que voltou a ser banido), Donald Trump ou Andrew Tate (preso na semana passada em Bucareste) e garantiu que as publicações destas personalidades seriam adjudicadas por um “conselho de moderação” que acabou por nunca ser criado.

Os anúncios poderão entrar na rede social de imediato com vários termos políticos como “liberais” ou “conservadores” a serem novamente aceites.

A maior fatia dos lucros do Twitter provém da publicidade, cerca de 90 por cento. No entanto, com a chegada de Elon Musk os anunciantes têm mostrado relutância em anunciar na rede social com receios de que a chegada do dono da Tesla faça florescer conteúdos divisivos e que apelam ao ódio.

O novo sistema de verificação, do selo azul, também tem causado polémica por ter havido um crescimento exponencial de contas corporativas ou pertencentes a empresas que são verificadas por serem pagas mas que espalham conteúdos falsos.

De acordo com a firma Pathmatics, que mede o fluxo de anúncios no Twitter, cerca de 70 por cento dos primeiros 100 anunciantes da rede social não têm colocado conteúdo na plataforma, isto até meados de dezembro.
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