Ucrânia aceita proposta de paz com "pequenos detalhes" por acertar

A notícia foi avançada pela CBS News, que cita um responsável da Administração Trump e Rustem Umerov, conselheiro de segurança nacional de Volodymyr Zelensky. Por agora, a Rússia conserva o silêncio.

Carlos Santos Neves - RTP /
David Araújo - RTP

O Governo ucraniano terá aceitado um acordo de paz mediado pela Administração Trump, ao cabo de quase quatro anos de invasão e ocupação por parte da Rússia. Haverá ainda "pequenos detalhes" por afinar. É o que avança esta terça-feira a estação norte-americana CBS News, a partir de um responsável de Washington e de Rustem Umerov, conselheiro de Segurança Nacional da Ucrânia."Os ucranianos aceitaram o acordo de paz. Há alguns pequenos detalhes a resolver, mas eles aceitaram um acordo de paz", indicou o responsável noret-americano ouvido pela CBS News.


Segundo Rustem Umerov, o presidente ucraniano poderá mesmo viajar nos próximos dias para a capital federal dos Estados Unidos, tendo em vista a finalização do entendimento.

A notícia da estação norte-americana surge no momento em que o secretário norte-americano do Exército, Dan Driscoll, se encontra em Abu Dhabi para contactos com representantes de Moscovo - uma diligência igualmente confirmada à CBS por fontes da Administração Trump e da diplomacia dos Estados Unidos.O destino do plano gizado pela Administração republicana continuará, todavia, incerto enquanto o Kremlin não se pronunciar sobre estes últimos desenvolvimentos.


Já esta terça-feira, em conferência de imprensa, antes da publicação da notícia da CBS News, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, veio sublinhar que, embora "aprecie a posição dos Estados Unidos, que estão a tomar a iniciativa de resolver o conflito ucraniano", o Governo de Vladimir Putin "opera profissionalmente, sem deixar escapar informação antes de serem atingidos acordos formais".

"A Rússia espera que os Estados Unidos a informem dos resultados de consultas com a Ucrânia e a Europa no futuro próximo", acrescentou.
Análise de Márcia Rodrigues, jornalista da RTP

Na rede social X, o conselheiro ucraniano Rustem Umerov confirma que os negociadores de Kiev "alcançaram um entendimento comum sobre os termos principais" de um acordo discutido entre norte-americanos, europeis e ucranianos em Genebra, durante o último fim de semana.


"Contamos agora com o apoio dos nossos parceiros europeus para os nossos próximos passos. Esperamos organizar uma visita do presidente ucraniano aos Estados Unidos na data mais breve possível, em novembro, para completar o passos finais e fazer um acordo com o presidente Trump", escreveu.

Em declarações à CBS, um responsável norte-americano aventou que Vladimir Putin estará, nesta altura, convicto de que a Rússia acabará por conservar a região de Donetsk, no leste da Ucrânia: na letra de um eventual acordo de paz ou pela força da máquina de guerra do seu país.

Em Genebra, terá sido esse o ponto de partida da própria delegação norte-americana.
"O caminho será difícil"
O primeiro-ministro britânico enfatizou entretanto que "o caminho será difícil" até à concretização de um cessar-fogo duradouro em solo ucraniano. Declarações proferidas pouco antes de um encontro entre países aliados da Ucrânia.

"Ainda há um longo caminho a percorrer e o caminho será difícil, mas estamos mais determinados do que nunca a defender esta causa e a fazer avançar este processo", afirmou Keir Starmer diante da Câmara dos Comuns, em Londres.Realiza-se na tarde desta terça-feira uma reunião por videoconferência da denominada Coligação dos Dispostos, que junta vários aliados da Ucrânia.

O presidente ucraniano já se avistou com o chanceler alemão, Friedrich Merz, com quem abordou os esforços diplomáticos para pôr termo à guerra.


"Abordámos igualmente a ordem de trabalhos da reunião de hoje da Coligação dos Dispostos, que será co-presidida pela Alemanha", escreveu Zelensky no X.

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, vai também estar na videoconferência.

c/ agências
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