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Ucrânia "desiludida" com falta de apoio israelita na crise com a Rússia
No início do mês, Israel proibiu que os países bálticos enviassem armamento israelita para a Ucrânia e já esta terça-feira recusou um pedido ucraniano de compra de sistemas anti-míssil. Embora a diplomacia israelita garanta que "fará tudo para ajudar", Kiev assume estar desapontada por não haver mais apoio diplomático e moral de Jerusalém face ao aumento de forças militares russas nas fronteiras ucranianas.
"Não estamos a pedir armas, mas apoio moral e esforço diplomático", disse uma fonte diplomática ucraniana ao Haaretz, expressando desagrado por a reunião entre a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Emine Dzhaparova, e o seu homólogo israelita, Yair Lapid, não ter terminado com uma declaração pública de apoio.
Israel já envidou esforços para apaziguar as relações entre Kiev e Moscovo, contudo, a resposta de Jerusalém ao conflito é limitada, considerando que precisa de manter as relações com o Kremlin para assegurar a presença de soldados russos na Síria.
“Não houve qualquer reação e Kiev está desiludida. Lapid foi convidado inúmeras vezes para visitar a Ucrânia, e talvez a Rússia, para um esforço diplomático, mas não houve resposta", disse a mesma fonte ao jornal.
Segundo Kiev, Israel está numa posição particular em que poderiar mediar as relações entre as duas nações do Leste Europeu. Todavia, até ao momento, Jerusalém pouco interveio para pôr fim à crise atual.
De acordo com o Haaretz, o primeiro-ministro israelita não quer prejudicar as relações do país nem com a Rússia nem com os Estados Unidos ou a Ucrânia. Por essa razão, apelou aos ministros e diplomatas para que não expressassem apoio a nenhum dos lados.
Segundo Kiev, Israel está numa posição particular em que poderiar mediar as relações entre as duas nações do Leste Europeu. Todavia, até ao momento, Jerusalém pouco interveio para pôr fim à crise atual.
De acordo com o Haaretz, o primeiro-ministro israelita não quer prejudicar as relações do país nem com a Rússia nem com os Estados Unidos ou a Ucrânia. Por essa razão, apelou aos ministros e diplomatas para que não expressassem apoio a nenhum dos lados.
"Agir com cautela"
Numa conferência de imprensa, no domingo, o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros afirmou que a Ucrânia pediu a Israel "todo tipo de apoio", mas que "Israel não está envolvido neste conflito e é por isso que está a agir com cautela".
Yair Lapid admitiu ainda ter estado em contacto com o seu homólog russo, Sergei Lavrov, a pedido do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, mas que as tentativas de mediação israelita "não resultaram diferente das tentativas de outros países".
Yair Lapid admitiu ainda ter estado em contacto com o seu homólog russo, Sergei Lavrov, a pedido do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, mas que as tentativas de mediação israelita "não resultaram diferente das tentativas de outros países".
De acordo com a fonte diplomática ucraniana, Kiev está atualmente envolvida em “etapas adicionais” destinadas a solicitar apoio israelita, incluindo a aprovação, no parlamento ucraniano, de um projeto de lei que estabelece sanções financeiras e penas de prisão para os condenados por crimes de ódio contra judeus.
Segundo avança a imprensa ucraniana, uma vez assinada pelo chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelenskyi, esta nova lei implica penas que vão desde multas pecuniárias de 8.500 Hryvnias (265 euros) a cinco anos de prisão. Passo este que, segundo a comunicação social local, visa uma retribuição de Israel.
Israel recusa pedido da Ucrânia para comprar sistema anti-mísseis
Esta semana, Israel terá também recusado a venda de unidades do seu sistema anti-mísseis Cúpula de Ferro à Ucrânia com o objetivo de evitar conflitos com a Rússia, avança o Middle East Monitor.
"Num esforço para evitar, a todo custo, o envolvimento na crise russo-ucraniana, Telavive [Jerusalém] recusou-se a vender o seu sistema de defesa Cúpula de Ferro a Kiev para não incomodar os russos”, escreveu o jornalista israelita Nadav Eyal, que acrescenta que Israel teme ser envolvido neste conflito devido à “presença russa na Síria, o que significa que ambos os países, na prática, partilham a fronteira”.
Segundo Eyal, a Ucrânia submeteu o pedido inicialmente aos Estados Unidos, dado que o sistema anti-mísseis “foi desenvolvido por Israel em conjunto com o Pentágono”.
“Kiev deu início a uma campanha junto de Washington, para viabilizar o acordo”, acrescentou. “Os ucranianos solicitaram formalmente o destacamento de mísseis Patriot e da Cúpula de Ferro para o seu território, no último ano, antes de a invasão se tornar uma possibilidade concreta”.
Contudo, o acordo israelo-americano “não permite a venda de tecnologia a terceiros sem consentimento mútuo”, explicou.
Esta semana, Israel terá também recusado a venda de unidades do seu sistema anti-mísseis Cúpula de Ferro à Ucrânia com o objetivo de evitar conflitos com a Rússia, avança o Middle East Monitor.
"Num esforço para evitar, a todo custo, o envolvimento na crise russo-ucraniana, Telavive [Jerusalém] recusou-se a vender o seu sistema de defesa Cúpula de Ferro a Kiev para não incomodar os russos”, escreveu o jornalista israelita Nadav Eyal, que acrescenta que Israel teme ser envolvido neste conflito devido à “presença russa na Síria, o que significa que ambos os países, na prática, partilham a fronteira”.
Segundo Eyal, a Ucrânia submeteu o pedido inicialmente aos Estados Unidos, dado que o sistema anti-mísseis “foi desenvolvido por Israel em conjunto com o Pentágono”.
“Kiev deu início a uma campanha junto de Washington, para viabilizar o acordo”, acrescentou. “Os ucranianos solicitaram formalmente o destacamento de mísseis Patriot e da Cúpula de Ferro para o seu território, no último ano, antes de a invasão se tornar uma possibilidade concreta”.
Contudo, o acordo israelo-americano “não permite a venda de tecnologia a terceiros sem consentimento mútuo”, explicou.
Estima-se que existam mais de 10 mil israelitas a residir na Ucrânia, que também abriga uma significativa comunidade judaica indígena. E, também por isso, Yair Lapid sublinhou, nos últimos dias, que "há um esforço diplomático global para evitar uma guerra", e que "Israel fará tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar".