Ucrânia. Usada informação americana antes de ataque ao Moskba

De acordo com a Associated Press, os Estados Unidos partilharam informação secreta sobre a localização do navio russo Moskba que acabou por ser atingido pelos ucranianos e afundou. John Kirby já veio a público negar que tenham sido os americanos a dar a informação à Ucrânia. O secretário de imprensa da Administração admite contudo a partilha de informações com os ucranianos.

RTP /
EPA

O Pentágono já negou ter tido intervenção neste episódio e John Kirby explicou não ter havido troca de informações em relação ao ataque russo Moskba, que acabou por afundar poucos dias depois.

“Não estamos envolvidos na decisão ucraniana de atacar o navio ou na operação que acabaram por levar a cabo. Não tínhamos qualquer conhecimento da vontade da Ucrânia em fazer do navio um alvo”, acrescentou John Kirby, secretário de imprensa da Administração Biden.

Um funcionário americano, sob anonimato, disse à imprensa que foi a Ucrânia a decidir o ataque ao navio russo e que, devido às ameaças de Putin relativamente às armas nucleares, os Estados Unidos têm partilhado muita informação, incluindo a localização de vários navios.

A Administração Biden tem partilhado informação com os ucranianos, ao mesmo tempo que continua a enviar armas para o território invadido pelos russos. Esta é uma informação que vem na sequência da pressão exercida pelos Republicanos sobre o presidente norte-americano para fazer mais pela Ucrânia e ser mais duro com a Rússia.

Em declarações à CNN, John Kirby explicou que “a informação partilhada com a Ucrânia é legal. Está dentro da lei, é legítima e é limitada”. Kirby reconheceu que os Estados Unidos continuam a monitorizar a situação, muito face às declarações do presidente russo sobre o possível uso de armas nucleares.

Moscovo tem pedido aos Estados Unidos e aliados da NATO para pararem de providenciar armas à Ucrânia, ameaçando mesmo com consequências imprevisíveis. Assim, desde o início da invasão, a 24 de fevereiro deste ano, os Estados Unidos têm tentado ajudar a Ucrânia, um país que consideram democrático, sem escalar a tensão com a Rússia e evitando precipitar uma guerra mundial.

O funcionário que falou sob anonimato voltou garantiu que os Estados Unidos não tinham conhecimento da vontade ucraniana em atacar o Moskba até ao momento em que tiveram notícias do ataque no Mar Negro.

Depois das notícias do New York Times sobre o papel americano na morte de generais russos em território ucraniano, John Kirby declarou que os serviços de informações americanos “não dão a localização de líderes militares no terreno, nem participam nas decisões de ataque por parte do exército ucraniano”.

A Ucrânia combina informação que os Estados Unidos e outros aliados dão e combina com a informação que a própria Ucrânia recolhe e a partir daí toma as suas próprias decisões e age da maneira que acha melhor”, concluiu Kirby.
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