UE condena conflito civil na Somália

A União Europeia (UE) condenou hoje o agravamento do conflito civil na Somália, que se acentuou com os bombardeamentos da Força Aérea da Etiópia, e pediu às partes que voltem ao cessar-fogo acordado recentemente.

Agência LUSA /

A presidência finlandesa da UE expressou ainda "grande preocupação" com o início dos combates entre a Etiópia e o Conselho dos Tribunais Islâmicos na Somália.

Num comunicado, a presidência da UE condena igualmente os últimos bombardeamentos que "podem causar vítimas civis e uma escalada de violência".

Por isso, pede o fim das hostilidades e o regresso ao diálogo político.

A Etiópia, que apoia o Governo de transição da Somália, anunciou hoje ter bombardeado posições dos militantes islâmicos somalis por temer infiltrações no seu país.

Os tribunais islâmicos acusaram, por seu lado, a Etiópia de começar uma "guerra aberta" contra a Somália.

Os ataques aéreos de hoje concentraram-se na cidade de Baladweyne, a no rte de Mogadíscio, capital da Somália.

Esta é a primeira vez que o Governo etíope admite abertamente estar env olvido de forma directa em combates na Somália, onde os milicianos dos Tribunais Islâmicos controlam a capital, Mogadíscio, e amplos sectores do centro e sul do país.

A milícia impôs um regime religioso nas áreas que domina e os seus tribunais islâmicos trazem uma aparência de ordem mas muitos temem que possa surgir um regime ao estilo do antigo poder afegão dos talibãs.

A Somália vive hoje o quinto dia de intensos combates em áreas próximas da cidade de Baidoa, a 245 quilómetros a noroeste de Mogadíscio, onde está instalado o Governo de transição, apoiado pela Etiópia e pela comunidade internacional.

Os combates já provocaram a morte a centenas de pessoas, segundo fontes de ambos os lados.

A instabilidade na Somália prolonga-se desde 1991, depois dos senhores de guerra derrubarem o ditador Mohamed Siad Barre.

O actual governo foi estabelecido há dois anos, com o apoio das Nações Unidas mas não conseguiu afirmar qualquer poder fora da sua base, em Baidoa.
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