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UE e Reino Unido aprovam novo pacote de sanções à Rússia

por RTP
Uma vista do Kremlin a partir de uma ponte sobre o rio Moskva Evgenia Novozhenina - Reuters

A UE e o Reino Unido anunciaram novas sanções contra a Rússia esta terça-feira, sem esperar que os Estados Unidos se lhes juntassem, um dia depois do telefonema do presidente Donald Trump com Vladimir Putin não ter conseguido obter uma promessa de cessar-fogo na Ucrânia.

Londres e Bruxelas disseram que as suas novas medidas se vão concentrar na "frota paralela" de petroleiros e empresas financeiras de Moscovo, que ajudaram o país a evitar o impacto de outras sanções impostas durante a guerra. "As sanções são importantes, e estou grato a todos os que as tornam mais tangíveis para os autores da guerra", escreveu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, no Telegram.


As sanções foram reveladas sem um anúncio imediato de medidas correspondentes por parte de Washington, apesar do intenso lobby público dos líderes dos países europeus para que a administração Trump se lhes juntasse.

"Deixámos repetidamente claro que esperamos uma coisa da Rússia: um cessar-fogo imediato, sem pré-condições", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, à margem de um encontro com os seus homólogos da UE em Bruxelas.

Como a Rússia não aceitou o cessar-fogo, "teremos de reagir", disse. "Também esperamos que os nossos aliados dos EUA não o tolerem".

Trump disse aos jornalistas na terça-feira que estava a deliberar sobre que ações tomar, mas não deu mais detalhes.

"Estamos a analisar muitas coisas. Vamos ver", disse Trump à saída de uma reunião no Capitólio, em Washington.

A Rússia e a Ucrânia realizaram sexta-feira as suas primeiras conversações diretas em mais de três anos, a pedido de Trump, mas não conseguiram chegar a um acordo de tréguas depois de Moscovo ter apresentado condições que um membro da delegação ucraniana classificou de "inviáveis". A Ucrânia diz estar pronta para um cessar-fogo imediato proposto por Trump, enquanto a Rússia diz que quer negociações primeiro. Os europeus dizem que esta é a prova de que Putin, que começou a guerra a invadir o seu vizinho em 2022, não está preparado para a terminar.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que falou com Zelenskiy e que estava a ser preparado um novo pacote de sanções.

"É tempo de intensificar a pressão sobre a Rússia para que haja um cessar-fogo", escreveu von Leyen no X.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, disse aos jornalistas que a Rússia nunca se curvaria ao que chamou de ultimatos.

Putin, após a sua ligação a Trump na segunda-feira, disse que Moscovo estava pronta para trabalhar com a Ucrânia num memorando sobre um futuro acordo de paz. "Agora, portanto, a bola está no campo de Kiev", disse Zakharova.
Pressão sobre Trump e Putin
Os europeus têm trabalhado arduamente para persuadir a administração Trump a juntar-se a eles na imposição de sanções. Os líderes da Grã-Bretanha, França, Alemanha e Polónia viajaram juntos para Kiev no início deste mês e foram filmados a falar com Trump em alta-voz com Zelenskiy. Vários líderes europeus voltaram a telefonar a Trump na véspera da sua conversa com Putin, pedindo-lhe que se lhes juntasse na imposição de novas sanções caso a Rússia rejeitasse o cessar-fogo.

Bruxelas e Londres sinalizaram que não perderam a esperança de persuadir Washington a agir.

"Vamos pressionar Vladimir Putin para pôr fim à sua fantasia imperialista", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noel Barrot.

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, afirmou que "atrasar os esforços de paz só vai redobrar a nossa determinação em ajudar a Ucrânia a defender-se e a usar as nossas sanções para restringir a máquina de guerra de Putin".

As últimas sanções visam sobretudo reprimir a frota de navios que a Rússia utiliza para exportar petróleo, contornando o teto de 60 dólares por barril imposto pelo G7, um grupo de países industrializados, para limitar os rendimentos da Rússia.

A Grã-Bretanha e a UE disseram que também iriam trabalhar para reduzir o limite, o que impõe um desconto muito menor ao petróleo russo, agora que os preços globais caíram este ano.

Trump disse na segunda-feira que a Rússia e a Ucrânia estavam prontas para iniciar negociações. Putin disse que o processo iria demorar.
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