Um dos `Beatles` do Estado Islâmico detido e acusado de terrorismo no Reino Unido

por Lusa
EPA

Um alegado membro de um grupo de sequestradores do Estado Islâmico (EI) apelidado de "Beatles" foi hoje acusado de vários crimes terroristas após ser detido à chegada ao Reino Unido, anunciou a polícia britânica.

Aine Leslie Davis, de 38 anos, foi preso no aeroporto de Luton após voar da Turquia e deve ser levado à justiça no Tribunal de Westminster ainda esta manhã, disse a Scotland Yard em comunicado.

Detido na Turquia em novembro de 2015, Davis estava preso por atos de terrorismo.

A célula do EI, especializada na captura, tortura e execução de reféns ocidentais, era apelidada pelos reféns com o nome do grupo musical "Beatles" devido ao seu sotaque britânico.

Os quatro membros da célula são acusados de terem sequestrado pelo menos 27 jornalistas e trabalhadores humanitários dos Estados Unidos, Reino Unido, Europa, Nova Zelândia, Rússia e Japão.

Em abril, Alexanda Kotey, um outro membro dos "Beatles", foi condenado a prisão perpétua por um tribunal federal norte-americano pela morte de quatro reféns norte-americanos na Síria.

Outro membro dessa célula, El Shafee el-Sheikh, preso juntamente com Kotey pelas forças curdas sírias em 2018, foi condenado em abril após julgamento e aguarda sentença.

O tribunal considerou-o culpado pelo seu papel na captura e morte dos jornalistas James Foley e Steven Sotloff, em 2014, e de Peter Kassig e Kayla Mueller, que faziam trabalho humanitário.

Ambos os membros do EI foram extraditados do Iraque para os EUA em outubro de 2020, para serem julgados pela Justiça norte-americana.

El Shafee el-Sheikh enfrenta a pena de prisão perpétua, mas a sentença só será pronunciada mais tarde.

O quarto membro dos "Beatles", Mohamed Emwazi, terá sido morto por um drone americano na Síria em 2015.

Em 2014, Amal El-Wahabi, esposa de Aine Leslie Davis, tornou-se a primeira pessoa no Reino Unido a ser condenada por financiar o Estado Islâmico, após ter tentado enviar 20 mil euros para o marido, na Síria.

Durante o julgamento de El-Wahabi, que terminou com a condenação a uma pena de prisão de dois anos e quatro meses, Aine Leslie Davis foi retratado como um traficante de droga, antes de partir para a Síria.

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