Um eclipse total da Lua para ver em Portugal

O mais longo eclipse total da Lua do século tem lugar esta sexta-feira e deverá ser visível em quase todo o mundo. Portugal apanhará o fenómeno a meio, dado que o satélite natural da Terra nasce quando o fenómeno estiver a decorrer. O ponto máximo está previsto para as 21h22. O tom vermelho será predominante, por causa da luz projetada pelo Sol.

RTP /
O eclipse desta sexta-feira é o mais longo do século, com duração de uma hora e 45 minutos David Mercado - Reuters

Para o fenómeno ser observável, o céu tem de estar limpo e a linha de horizonte, a nascente, desimpedida. É possível observá-lo a olho nu, com binóculos, óculos, telescópios ou instrumentos óticos mais poderosos.Não é necessário usar filtros especiais ou óculos de proteção para ver um eclipse lunar.

Ao contrário de um eclipse solar total, durante o qual é perigoso olhar para o Sol, a Lua nunca fica brilhante o suficiente para ameaçar os olhos.

Durante um eclipse lunar total, a luz e o calor do Sol desaparecem em minutos.

Por definição, o eclipse total da Lua ocorre quando "a Terra se encontra entre o Sol e a Lua, de forma a projetar a sua sombra na Lua, e a Lua atravessa completamente a sombra da Terra", refere o portal do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).
Visível em todo o território

O eclipse lunar total desta sexta-feira terá uma duração de cerca de uma hora e 43 minutos. Em Portugal, o fenómeno será observável em todo o terrítorio nacional.

"Os arquipélagos e o continente vão poder ver mais ou menos a mesma coisa. Quem quiser ver esta progressão do eclipse deve escolher um local onde tenha uma boa vista sobre o horizonte do lado nascente", explicou Rui Agostinho, diretor do Observatório Astronómico de Lisboa.

A Lua nasce às 20h47 (hora de Lisboa). Subirá lentamente e o meio do eclipse - que corresponde ao máximo do eclipse visível - acontece às 21h22 e terminará às 22h14. Já o pôr-do-Sol ocorre às 20h52. Segundo a NASA, haverá 230 eclipses lunares no século XXI, dos quais 85 serão eclipses totais da Lua. O eclipse desta sexta-feira é o mais longo do século, com duração de uma hora e 43 minutos.

Na maior parte das vezes, existem dois eclipses da Lua por ano. Este será o 17º. eclipse lunar total do século. O próximo ocorrerá a 21 de janeiro de 2019.

Para esta sexta-feira, o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, o Planetário Calouste Gulbenkian, o Planetário do Porto e o Centro Ciência Viva de Constância organizam sessões de observação do eclipse lunar, dos planetas e das estrelas.

Para além de Portugal, a Lua pode ser observada a partir da Austrália, Antártida, Ásia, África, Médio Oriente, Europa, América do Sul, sul do Oceano Pacífico, Oceano Índico e Oceano Atlântico.

No entanto, o melhor lugar do planeta para ver este eclipse é a ilha de Reunião, onde a lua está no zénite em plena noite.

Os únicos países que não conseguirão ver o eclipse total da Lua são a Groenlândia, o Canadá e os Estados Unidos.
Lua vermelha
Um eclipse lunar total acontece quando o Sol, a Terra e a Lua se alinham perfeitamente. Quando a Lua está totalmente na sombra da Terra, fica avermelhada. Por isso mesmo, o fenómeno ganhou o nome de Lua de sangue.

A cor vermelha acontece porque a luz solar é desviada através da atmosfera da Terra. "A luz do sol passa tangente à Terra e consegue iluminar a Lua. Perde a coloração azul porque fica presa dentro da nossa atmosfera", aponta Rui Agostinho.
A tonalidade da Lua depende das condições atmosféricas da Terra.

Enquanto estiver em fase de eclipse total, a Lua manterá esta cor avermelhada “mais escura no início e depois vai ficando um bocadinho mais brilhante consoante se aproxima do final do eclipse total”, realça o astrónomo.

Se a Terra não tivesse atmosfera, a Lua eclipsada seria negra.

Na mesma noite e nos próximos dias, Marte estará no ponto mais próximo da Terra desde 2003. Será visível como uma estrela vermelha brilhante.

c/ Lusa
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