Os protestos foram convocados pouco antes do encontro entre o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, o primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, e o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anfitrião da conferência internacional de Annapolis (Maryland, EUA), que visa relançar o processo de paz no Médio Oriente.

Na cidade cisjordana de Hebron, um palestino que participava numa das manifestações morreu devido à intervenção das forças policiais.

Em Ramallah, capital administrativa da Cisjordânia, pelo menos 20 manifestantes foram feridos e mais de 50 detidos, incluindo vários jornalistas, de acordo com a agência noticiosa independente da Palestina, Maan.

As manifestações estenderam-se também a Jenin, Naplus e Tulkarem.

Protestos contra a conferência de Annapolis estavam expressamente proibidos pelos organismos de segurança leais ao presidente palestiniano.

Vários órgãos de comunicação referiram que as forças de segurança receavam que islamitas do Hamas aproveitassem a ocasião para provocar distúrbios na Cisjordânia.

"Não havia intenções de violar os direitos democráticos dos manifestantes, mas optámos pela ordem pública", comentou uma fonte da Autoridade Palestiniana, citada pela edição electrónica do jornal Yediot Aharonot.

Na Faixa de Gaza, o Hamas, que controla o território desde Junho, reuniu dezenas de milhares de seguidores para protestar contra a conferência de Annapolis.

Horas antes, o primeiro-ministro deposto, Ismail Haniye, tinha assegurado que o povo palestiniano continuará a resistir, qualquer que seja o resultado da conferência sobre o Médio Oriente.

"A conferência de Annapolis vai ser um Outono sem frutos", acrescentou o líder do movimento islamita Hamas.

Na abertura da conferência, Israel e a Autoridade Palestiniana anunciaram que vão iniciar, a 12 de Dezembro, negociações para que possam assinar um acordo de paz ante do final de 2008.