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Um mundo abalado pelo Caso Khashoggi

por RTP
Equipa forense turca no consulado da Arábia Saudita em Istambul, 14 de outubro. Murad Sezer - Reuters

O desaparecimento do jornalista saudita ameaça fazer ruir toda a estratégia de Trump e Kushner para o Médio Oriente, e obriga-os a fazer esforços desesperados por salvarem a relação com um país que tem sido seu aliado contra o Irão, seu principal garante dos preços do petróleo e seu grande cliente da indústria de armamento.

Uma das reacções mais enérgicas ao aparente envolvimento saudita no desaparecimento de Jamal Khashoggi foi a dos ministros dos Negócios Estrangeiros britânico, francês e alemão: através de um comunicado conjunto emitido este domingo, pedem à Arábia Saudita que publique um relatório completo e detalhado sobre o desaparecimento do jornalista.

O presidente norte-americano, Donald Trump, inicialmente com um discurso severo contra o país do Médio Oriente, admite agora a possibilidade de os autores do crime terem trabalhado por conta própria, na sequência de uma conversa por telefone, esta segunda-feira, com o rei saudita.

Depois de ter anunciado no Twitter que tinha “acabado de falar com o rei da Arábia Saudita”, o presidente norte-americano disse aos jornalistas presentes na Casa Branca que o governo saudita “nega firmemente” qualquer participação no desaparecimento de Jamal Khashoggi, sugerindo que os culpados podem ter sido outros: “Parece-me que, talvez, estes possam ter sido assassinos incontrolados”, admitiu Donald Trump.
A economia mundial no centro da tempestade

O telefonema parece ter amenizado, em certa medida, a escalada da tensão política e económica entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita, depois de o presidente norte-americano ter ameaçado o reino com várias sanções económicas, dada a sua falta de colaboração nas investigações. Palavras que não chegaram a atos, mas que ainda assim tiveram um impacto imediato nos mercados: horas depois do discurso do presidente, o índice de ações saudita desvalorizou quase 7%, representando uma das maiores quedas dos últimos anos.

A queda das ações fica intrinsecamente ligada aos comunicados de desistência para a Iniciativa de Investimento Futuro, uma conferência de investimento a ser realizada na Arábia Saudita, destinada à exposição dos planos de modernização do país a várias empresas globais. A iniciativa é liderada pelo príncipe Mohammed bin Salman, o principal suspeito de ter ordenado o desaparecimento de Jamal Khashoggi.

A agência noticiosa Bloomberg divulgou, esta segunda-feira, que as empresas financeiras Blackstone Group LP e BlackRock Inc foram as últimas a confirmar a sua ausência “no seguimento do misterioso desaparecimento de um prominente crítico do governo na Turquia”, disseram fontes anónimas citadas pela agência. Outros investidores que também desistiram incluem os diretores executivos da multinacional americana de serviços financeiros, JPMorgan Chase, da empresa prestadora de serviços Uber e do fabricante de automóveis Ford.

Também foram vários os patrocinadores mediáticos que retiraram o seu nome da lista de convidados. O New York Times e a CNN já confirmaram que não vão participar na conferência enquanto o Financial Times diz não colaborar com o evento até que o desaparecimento do jornalista fique explicado.

O número de desistências mereceu um comunicado por parte da Iniciativa de Investimento Futuro que, através de um porta-voz, disse que “enquanto é decepcionante que alguns oradores e parceiros tenham desistido, estamos desejosos de acolher milhares de outros oradores, moderadores e convidados de todo o mundo”. Apesar do otimismo, a Agence France-Presse noticiou esta terça-feira que a realização da conferência está, neste momento, em risco.

Quem também reagiu às ameaças de "castigo" de Donald Trump foi o próprio governo saudita. Em comunicado oficial, através da Agência de Imprensa Saudita, o governo avisou que iria retaliar contra todas as medidas punitivas com outras ainda mais severas. “O reino afirma a sua rejeição total de quaisquer ameaças e tentativas de o minar, seja através de sanções económicas, pressões políticas ou repetição de acusações falsas”, diz o comunicado, antes de realçar a importância da economia saudita e a sua “influência na economia global”.

O presidente da estação de televisão saudita, Al Arabyia, por sua vez, destacou as consequências desastrosas de uma eventual guerra económica entre os dois países. “Se as sanções dos Estados Unidos são impostas à Arábia Saudita, vamos testemunhar um desastre económico que irá abalar o mundo inteiro”, escreveu Turki Aldakhil numa publicação.

Destacou ainda que, face à influência da Arábia Saudita no mercado petrolífero - o reino é o maior exportador mundial deste recurso - “se o preço do petróleo [ter chegado aos] 80 dólares irritou o presidente Trump, ninguém pode descartar que esse preço possa atingir os 100 ou 200 dólares, ou mesmo o dobro desse número”. “A verdade é que, caso Washington imponha sanções contra Riade, irá apunhalar a sua própria economia até à morte, mesmo que esteja a pensar que está apenas a ferir Riade”, avisou.

Diz-se que o que impediu, verdadeiramente, uma guerra nuclear entre Estados Unidos e União Soviética durante o período da Guerra Fria foi o receio e reconhecimento mútuo das capacidades nucleares de cada potência. De certa forma, parece que estamos a assistir a um comportamento semelhante entre EUA e Arábia Saudita, embora numa escala muito diferente. Se este impasse é o resultado de uma situação extremamente complicada, o cenário político parece ser igualmente complexo.

Uma amizade forjada por dois "príncipes"
Desde a chegada de Donald Trump à presidência norte-americana que a relação entre Estados Unidos e Arábia Saudita tem melhorado significativamente. Relacionados, principalmente, por parcerias económicas e interesses políticos no Médio Oriente, a sua ligação começou em 2017 quando Trump escolheu a Arábia Saudita como destino para a sua primeira visita presidencial.

Washington Post explicou, no domingo, as circunstâncias de uma relação que, até hoje, tem trazido vários benefícios à administração de Trump, com vendas multimilionárias de equipamento militar, assim como a posição do reino como aliado para combater o Irão e os grupos extremistas na região, mas que se vê, agora, ameaçada.

De acordo com o jornal, Donald Trump foi aconselhado por Jared Kushner, conselheiro da Casa Branca e seu genro a escolher o reino do deserto como primeiro destino oficial. Kushner mantém uma relação próxima com o príncipe Mohammed bin Salman, que considera ser um “reformador que irá conduzir a monarquia ultraconservadora até à modernidade”, refere o artigo.

Salman e Kushner tornaram-se próximos num lanche na Casa Branca, no início da administração de Trump, e fontes anónimas da administração revelaram ao Washington Post que estes “mantiveram chamadas telefónicas privadas que apanharam os líderes de inteligência americana de surpresa”.

Nessa altura, começaram a surgir notícias da modernização económica da Arábia Saudita e da implementação de leis sociais que permitiram às mulheres começar a conduzir e criar negócios pessoais, algo que reforçou a imagem positiva do herdeiro do trono saudita aos olhos de Kushner e do próprio presidente norte-americano.

Mas o fascínio de Kushner por Mohammed bin Salman vai para além das suas reformas económicas e sociais. O genro de Trump considera o príncipe uma figura poderosa no esquema geopolítico do mundo árabe, capaz de resolver o velho conflito entre judeus e árabes na região, o objetivo supremo da carreira de Jared Kushner, caso a Arábia Saudita apoie o plano americano para a paz entre Israel e Palestina.

O jornal destaca, no entanto, que alguns críticos da administração de Donald Trump consideram o seu genro “perigosamente ingénuo” ao confiar no príncipe e que se “deixou manipular por um monarca que seduz estrangeiros, mas que tem consolidado o seu poder dentro do reino de forma impiedosa”.

Os agentes de inteligência norte-americana começaram a monitorizar Mohammed bin Salman ainda antes de este se ter tornado príncipe herdeiro em junho de 2017. Os relatórios que chegaram classificavam-no como “ingénuo, inexperiente e ambicioso”, características que faziam do futuro príncipe uma figura “pouco preparada para assumir uma posição de grande poder”. As mesmas fontes de inteligência revelaram ao Washington Post que notaram, em Kushner, algumas destas características. “Demasiado novo, obcecado pelo poder e sem nenhuma experiência anterior no governo”, disseram.

Kushner recusou comentar a sua relação com Mohammed bin Salman (vulgo MBS), mas os seus defensores esclareceram a jornalistas do Washington Post que o conselheiro da Casa Branca “não tem medo de confrontar o príncipe, em privado, quando não concorda com as suas táticas”. Adicionalmente, referem que o genro do presidente “acredita que existem benefícios a longo prazo” na relação próxima com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita.

Um dos agentes entrevistados pelo jornal acredita que Kushner “caiu na visão simplista de MBS quanto às dinâmicas de poder no Médio Oriente”. Nomeadamente, no argumento do príncipe, de classificar o Irão como principal inimigo e obstáculo para a paz e estabilidade na região - um discurso e uma visão política partilhados pelo presidente e sogro, Donald Trump.
Desaparecimento de Khashoggi fragiliza relação
A relação entre os dois países vê-se, agora, fragilizada pelos acontecimentos de 2 de outubro, quando o jornalista saudita Jamal Khashoggi desapareceu, depois de ter entrado no consulado da Arábia Saudita, em Istambul. A Turquia diz ter provas físicas do assassinato do jornalista por parte de 15 agentes sauditas enviados por Riade, mas a Arábia Saudita nega qualquer responsabilidade. As provas apontam, no entanto, cada vez mais, para o envolvimento do príncipe Mohammed bin Salman no caso e Donald Trump não hesitou em ameaçar o aliado árabe com várias sanções económicas caso a Arábia Saudita continuasse a recusar colaborar na investigação ao desaparecimento.

Uma potencial degradação das relações entre os dois países, para além de um desastre económico, pode revelar-se também um desastre político no qual os americanos têm tanto a perder como os sauditas. Depois de ter discutido as implicações económicas de um conflito entre os dois países, Turki Aldakhil, abordou as suas consequências políticas. O presidente da estação de televisão saudita, Al Arabyia, admitiu que uma degradação das relações entre os dois países poderá afastar a Arábia Saudita dos EUA e aproximá-la dos seus rivais: China, Rússia e Irão.

Aldakhil prevê que a Arábia Saudita comece, então, a negociar o seu petróleo em yuan chinês, abdicando do dólar, desvalorizando a moeda norte-americana. Prevê também a instalação de bases militares russas no país, destacando uma base em Tabuk, uma região saudita de elevado valor geopolítico pela sua proximidade às rotas comerciais do Mar Vermelho e de Israel e uma possível aliança do reino com os grupos radicais Hamas e Hezbollah, instalados no Irão. O presidente da Al Arabayia destaca ainda que a Arábia Saudita deixaria de trocar informação confidencial com os EUA e seus aliados, algo que “contribui para a proteção de milhões de ocidentais”, acrescentou.
Um braço de ferro no deserto
A relação da Turquia com a Arábia Saudita é ainda mais volátil. Se os seus desentendimentos políticos já tornavam a relação difícil, o desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi e a troca de acusações posteriores ao acontecimento, não têm ajudado.

A Turquia afirma ser um poder regional, mas de acordo com as declarações de Wolfgang Piccoli, líder da agência de inteligência Teneo, “a natureza do ato” - um possível assassinato e desmembramento levado a cabo pela Arábia Saudita numa missão diplomática em plena capital turca – pode ser visto como um “facto embaraçoso” para a Turquia.

Mais do que embaraçoso, pode ler-se como uma “contradição à narrativa do presidente turco Receep Tayyip Erdogan, de classificar o país como uma potência regional”, continuou Piccoli. Este raciocínio prende-se com o facto de serem as verdadeiras potências a conduzir missões secretas noutros países e não o contrário, como aconteceu em Istambul.

Numa entrevista ao jornal egípcio Al Shorouk, em março, citada pela agência Bloomberg, o príncipe Mohammed bin Salman disse que a Turquia era um dos elementos que forma “o triângulo do mal”, em conjunto com o Irão e os grupos terroristas. A Arábia Saudita acredita que a Turquia tem ligação direta a vários grupos religiosos que a família real considera serem uma ameaça à sua segurança.

Soner Cagaptay, diretor do Programa de Investigação Turco, explicou à Bloomberg que “o cenário ideal para Erdogan não passa por um conflito aberto entre os países, mas sim por ajudar os sauditas a escaparem deste caos diplomático de forma graciosa”. Para a Turquia, quanto mais cedo o mundo se esquecer de que a Arábia Saudita, o seu principal adversário regional, conduziu uma missão homicida na sua capital, melhor.

O diretor argumenta que esta estratégia deve-se também ao facto de o presidente turco saber que está “completamente isolado no Médio Oriente e que não pode pressionar mais nenhum país numa região onde já tem imensos problemas, sem o apoio norte-americano”.

Resta saber qual vai ser o próximo passo estratégico da Turquia. Para Gonul Tol, diretor do Instituto do Médio Oriente para Estudos Turcos, em Washington, Erdogan tem nas mãos o desenrolar dos acontecimentos, uma espécie de vantagem política que pode traduzir-se numa “libertação controlada de informação quanto às circunstâncias do desaparecimento” – como tem vindo a acontecer – e que sustentam a participação direta da Arábia Saudita, minando a sua posição diplomática a nível internacional.

Em alternativa, caso a Turquia não obtenha o apoio internacional que procura para poder “atacar” diretamente a Arábia Saudita, a estratégia poderá passar por “uma abordagem menos agressiva” que consiste em “oferecer uma saída aos sauditas”, para que o episódio seja esquecido o mais rapidamente possível, avisa o diretor.

Por um lado, se a diplomacia saudita for atingida a nível internacional, seguir-se-ão várias sanções que inevitavelmente vão enfraquecer a economia da Arábia Saudita, ajudando a Turquia a estabelecer-se como uma potência no Médio Oriente.

Por outro, se a Turquia não conseguir reunir o apoio internacional desejado, irá optar por desviar a atenção mediática deste caso, visto como um episódio vergonhoso, já que o seu maior rival na região conseguiu levar a cabo um assassínio político na sua própria capital. Erdogan poderá, então, negociar uma explicação oficial com a Arábia Saudita para colocar um ponto final na especulação e retirar interesse num caso que continua a ser notícia de destaque na imprensa mundial, duas semanas depois.
Posto em causa o estatuto de Meca e Medina

Se já era esperado que houvesse consequências económicas e políticas a retirar deste caso, O jornal Middle East Monitor, para o qual Jamal Khashoggi já colaborou, noticiou, esta terça-feira, que o caso do desaparecimento do jornalista saudita também pode levantar consequências de ordem religiosa à Arábia Saudita, já que “tem gerado muita contestação entre muçulmanos pelo mundo inteiro”. O artigo refere que a raiva de alguns muçulmanos contra o governo saudita tem feito surgir uma ideia de “Vaticanização” das cidades Meca e Medina, sustentada pelo argumento de que separar administrativamente da Arábia Saudita os dois santuários mais importantes da religião muçulmana “é a única solução para a segurança de todos os muçulmanos na Arábia Saudita, daqui para a frente”.

O conceito já não era novo: o jornal explica que há muito tempo que os muçulmanos protestam contra a Arábia Saudita, por diversos aspetos, mas a alegada participação do governo saudita na tortura e assassinato de um dos seus cidadãos elevou as críticas a outro nível. Muitos argumentam que já não se sentem seguros no país que todos os anos recebe milhões de visitantes nas duas cidades, para manifestarem a sua religiosidade.

A “Vaticanização” explica o Middle East Monitor, “faria das cidades sagradas um território independente e soberano, dentro do território saudita, tal como a cidade do Vaticano o é dentro da cidade de Roma”. Os defensores desta medida argumentam que, se Meca e Medina pertencem a todos os muçulmanos, então nenhum país deveria controlá-las. A única solução passa, por isso, pela libertação das cidades sagradas da jurisdição saudita. 
Um vasto historial de acusações
Esta não é a primeira vez que a Arábia Saudita é acusada de participar no rapto de cidadãos do próprio país. Num artigo anterior, o Middle East Monitor publicou uma lista de cidadãos sauditas desaparecidos e sugere que a responsabilidade recai sobre a monarquia saudita.
Naser al-Saïd, fundador da União Popular da Península Arábe, considerado um dos primeiros e mais proeminentes adversários da família real saudita, desapareceu em 1979 em Beirute. Até hoje ninguém sabe onde está Naser, mas o jornal refere que muitos suspeitam que a Arábia Saudita esteve envolvida.

O príncipe sultão bin Turki foi raptado em Genebra, em 2003, depois de ter manifestado o seu desagrado com as políticas do reino. O jornal revela que as testemunhas no julgamento do caso, na Suíça, disseram que o príncipe foi atraído para uma reunião, perto de Genebra, onde foi drogado depois de ter resistido às tentativas de o colocarem num avião de regresso à Arábia Saudita.

Depois de ter estado preso, Turki foi libertado pela família real. O príncipe fugiu para Genebra onde deu entrada com um caso civil contra o governo saudita por tê-lo raptado. A Arábia Saudita disse apenas que Turki tinha voltado ao reino para falar sobre os seus comentários públicos, negando qualquer rapto.

Saud bin Saif al Nasr era conhecido por criticar regularmente o governo da Arábia Saudita. Em 2015 publicou duas cartas onde apelava a um golpe contra o rei Salman que pode ter resultado no seu desaparecimento. A cadeia britânica de radiodifusão BBC, citado pelo Middle East Monitor, entrevistou um príncipe dissidente do reino que alega que Al Nasr pode ter sido enganado a entrar num avião até Riade, sem o saber. Ainda nada se sabe sobre o seu paradeiro.
Uma encruzilhada de possibilidades
O desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi, também ele crítico do governo e família real saudita, parece assemelhar-se a alguns destes casos anteriores, mas, tal como nessas alturas, a Arábia Saudita voltou a negar qualquer envolvimento. Até há poucos dias, a pressão internacional, aliada às convicções turcas do envolvimento saudita e a falta de respostas esclarecedoras por parte do reino, faziam entender que a Arábia Saudita poderia estar a omitir a verdade.

Mas as declarações de Donald Trump podem ter tido um objetivo de apaziguamento entre todas as partes para evitar que a crise diplomática atinja níveis ainda mais preocupantes. Descartando a participação saudita, evita-se um conflito diplomático entre a Arábia Saudita e a Turquia/EUA. Culpam-se os “agentes incontrolados” e o caso fica encerrado.

Este parece ser o caminho mais apetecível para todas as partes, dada a importância da Arábia Saudita para os interesses americanos e o perigo que as sanções económicas entre os dois países podem constituir para a economia global. A Turquia espreita as possíveis sanções impostas à Arábia Saudita para se consolidar como potência no Médio Oriente, mas a possível guerra económica entre o Ocidente e a Arábia Saudita parece constituir um risco demasiado elevado aos interesses de ambas as partes.

Seja qual for a decisão, esperam-se novos desenvolvimentos sobre o assunto logo que a equipa forense turca que, neste momento, está a analisar o interior do consulado da Arábia Saudita, em Istambul, divulgue os seus resultados.
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