União Africana rejeita "plano Trump" para conflito israelo-palestiniano

por Lusa

Os dirigentes da União Africana rejeitaram hoje a proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, para resolver o conflito israelo-palestiniano, considerando que representa "uma enésima violação das múltiplas resoluções" das Nações Unidas e da própria UA.

O novo Presidente da UA, o chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, comparou o plano norte-americano ao regime do `apartheid`.

"Lembrou-me a terrível história por que passámos na África do Sul", declarou Ramaphosa, que sucedeu hoje à frente da organização pan-africana ao Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi.

"A causa palestiniana estará sempre nos corações e pensamentos do povo africano", tinha declarado Sissi na abertura da cimeira da UA em Adis Abeba.

O plano de Trump apresentado a 28 de janeiro foi muito criticado pelos palestinianos, que acusam Washington de ter elaborado uma proposta demasiado favorável ao Estado hebreu.

O projeto norte-americano promete a Israel soberania total sobre Jerusalém, incluindo sobre Jerusalém Oriental ocupada e anexada, assim como sobre o vale do Jordão e outros colonatos na Cisjordânia, também ocupada pelo Estado hebreu desde 1967.

O presidente da Comissão da UA, Moussa Faki, criticou um plano "elaborado sem qualquer consulta internacional".

O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, convidado habitual nas cimeiras da UA, não pode estar hoje em Adis Abeba, mas fez-se representar pelo seu primeiro-ministro, Mohammad Chtayyed, que criticou um "plano unilateral" e "sem legitimidade".

 

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