Os Estados-membros da União Europeia aprovaram esta segunda-feira um pacote de dois mil milhões de euros para produzir e enviar munições de grande calibre para a Ucrânia. Para já, dezoito estados assinaram o acordo, incluindo Portugal, mas outros países manifestaram a intenção de aderir à iniciativa.
Para já, o acordo junta Áustria, Bélgica, Croácia, Chipre, Chéquia, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Luxemburgo, Malta, Holanda, Portugal, Romênia, Eslováquia, Suécia e Noruega.
Os dois mil milhões de euros vão financiar a produção de munições de 155 milímetros: um milhão de euros será para a entrega imediata de munições de grande calibre, outro milhão de euros para a compra conjunta de munições.
"O projeto abre caminho para que os Estados-membros da UE e a Noruega possam prosseguir em dois caminhos: um procedimento acelerado de dois anos para cartuchos de artilharia de 155 mm e um projeto a sete anos para adquirir vários tipos de munições", lê-se no comunicado da Agência Europeia de Defesa.
Outros estados-membros da União Europeia mostraram interesse em aderir à
iniciativa logo que ultrapassassem os respetivos procedimentos
nacionais, acrescenta a nota.
Há várias semanas que a Ucrânia pediu o fornecimento de munições de 155 milímetros para continuar a repelir a invasão russa.
Em conferência de imprensa a partir de Bruxelas, a ministra portuguesa da Defesa, Helena Carreiras, considerou que esta se trata de uma "decisão histórica" e de mais um passo na construção da Defesa europeia.
A governante explicou as "três linhas de ação" no apoio à Ucrânia. Na primeira linha, os países disponibilizam as suas próprias munições, em stock ou em ordens de compra já efetuadas.
Na segunda linha, comprometem-se a fazer aquisições conjuntas através da Agência Europeia de Defesa, no valor total de mil milhões de euros.
A terceira linha de apoio, de longo prazo, diz respeito ao auxilio à indústria, com o objetivo de recuperar a capacidade industrial europeia, frisou a ministra da Defesa.
Em resposta aos jornalistas, Helena Carreiras lembrou que Portugal já forneceu duas mil munições de morteiro de 120 milímetros e reconheceu que os stocks do país "estão em baixo". "Não há uma capacidade alargada de disponibilização de munições", admitiu.