União Europeia aprova acordo para produzir e enviar munições para a Ucrânia

por RTP
Johanna Geron - Reuters

Os Estados-membros da União Europeia aprovaram esta segunda-feira um pacote de dois mil milhões de euros para produzir e enviar munições de grande calibre para a Ucrânia. Para já, dezoito estados assinaram o acordo, incluindo Portugal, mas outros países manifestaram a intenção de aderir à iniciativa.

“Estamos a dar um passo fundamental para cumprir as nossas promessas de entregar à Ucrânia de mais munições de artilharia”, anunciou o alto-representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell.

Para já, o acordo junta Áustria, Bélgica, Croácia, Chipre, Chéquia, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Luxemburgo, Malta, Holanda, Portugal, Romênia, Eslováquia, Suécia e Noruega.

Os dois mil milhões de euros vão financiar a produção de munições de 155 milímetros: um milhão de euros será para a entrega imediata de munições de grande calibre, outro milhão de euros para a compra conjunta de munições.

"O projeto abre caminho para que os Estados-membros da UE e a Noruega possam prosseguir em dois caminhos: um procedimento acelerado de dois anos para cartuchos de artilharia de 155 mm e um projeto a sete anos para adquirir vários tipos de munições", lê-se no comunicado da Agência Europeia de Defesa.

Outros estados-membros da União Europeia mostraram interesse em aderir à iniciativa logo que ultrapassassem os respetivos procedimentos nacionais, acrescenta a nota.

Há várias semanas que a Ucrânia pediu o fornecimento de munições de 155 milímetros para continuar a repelir a invasão russa.

Em conferência de imprensa a partir de Bruxelas, a ministra portuguesa da Defesa, Helena Carreiras, considerou que esta se trata de uma "decisão histórica" e de mais um passo na construção da Defesa europeia.
A governante explicou as "três linhas de ação" no apoio à Ucrânia. Na primeira linha, os países disponibilizam as suas próprias munições, em stock ou em ordens de compra já efetuadas.

Na segunda linha, comprometem-se a fazer aquisições conjuntas através da Agência Europeia de Defesa, no valor total de mil milhões de euros. 

A terceira linha de apoio, de longo prazo, diz respeito ao auxilio à indústria, com o objetivo de recuperar a capacidade industrial europeia, frisou a ministra da Defesa.

Em resposta aos jornalistas, Helena Carreiras lembrou que Portugal já forneceu duas mil munições de morteiro de 120 milímetros e reconheceu que os stocks do país "estão em baixo". "Não há uma capacidade alargada de disponibilização de munições", admitiu.
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