Os líderes dos 27 da União Europeia (UE) vão decidir esta quinta-feira sobre o processo de candidatura da Ucrânia ao bloco europeu, no arranque de uma cimeira em Bruxelas dominada pelo alargamento e tendo a guerra como pano de fundo. No debate preparatório do Conselho Europeu, o parlamento português aprovou uma recomendação apresentada pelo Livre para que o Governo faça o acompanhamento adequado do pedido ucraniano de adesão à União Europeia.
Em cima da mesa as recentes recomendações da Comissão Europeia relativamente aos pedidos de adesão apresentados pela Ucrânia, Moldova e Geórgia já depois de a Rússia ter invadido o território ucraniano, em 24 de fevereiro passado.
Na última sexta-feira, o executivo comunitário recomendou a atribuição do estatuto de países candidatos à Ucrânia e Moldova, enquanto para a Geórgia propõe que lhe seja dada apenas “perspetiva europeia”, por considerar que são necessários mais passos para o estatuto de país candidato. Duarte Valente, correspondente da RTP em Bruxelas
As atenções estão centradas na Ucrânia, parecendo agora um dado adquirido que os 27 seguirão a recomendação da Comissão.
“Nós merecemos”, disse ele a multidões em Amsterdão através de um link de vídeo. Andrea Neves, correspondente da Antena 1 em Bruxelas
“Este é um momento crucial para nós. Algumas pessoas da minha equipa dizem que isso é como sair da escuridão para a luz. Em termos de nosso exército e sociedade, será uma grande motivação, um grande fator motivacional para a unidade e vitória do povo ucraniano”.
Numa conversa telefónica na terça-feira, o primeiro-ministro português confirmou ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que Portugal apoia a concessão à Ucrânia do estatuto de candidato no seu processo de adesão à UE.
Na discussão esta quarta-feira no parlamento português, António Costa defendeu que, sendo para levar a sério a atribuição do estatuto de candidato à Ucrânia, a União Europeia (UE) precisa de uma reflexão sobre a sua arquitetura institucional e orçamental.
Na passada semana, os líderes das três maiores economias da União – o chanceler alemão Olaf Scholz, o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro italiano Mario Draghi – estiveram em Kiev para expressar em conjunto o seu apoio à concessão do estatuto com efeito “imediato”. A França já veio esta semana dizer que havia “total consenso” sobre a Ucrânia.O estatuto de candidato é o primeiro passo oficial no sentido de adesão à União Europeia. Mas a adesão pode demorar ainda anos e não há garantia de sucesso, ainda mais com uma guerra que pode demorar anos.
Os países dos Balcãs Ocidentais da Albânia, Macedónia do Norte, Montenegro e Sérvia são países candidatos há anos. Em alguns casos, há mais de uma década. A Bósnia Herzegovina candidatou-se em 2016, mas ainda não conseguiu o estatuto de candidata.
Conceder à Ucrânia o estatuto de candidata à adesão à UE seria uma decisão histórica, sinalizando à Rússia que ela não pode continuar a reivindicar uma esfera de influência sobre o vizinho oriental, disse o embaixador de Kiev em Bruxelas. Vsevolod Chentsov, chefe da missão da Ucrânia na UE, disse que a guerra da Rússia uniu Kiev ao bloco.
Uma sondagem publicada esta semana pelo Conselho Europeu de Relações Exteriores, um grupo de reflexão, mostrou que 57% dos europeus apoiam a candidatura de adesão da Ucrânia.
c/ Lusa