Universo tem dois triliões de galáxias

Um modelo 3D construído através de imagens recolhidas ao longo de duas décadas pelo telescópio Hubble permitiu perceber que o universo tem, afinal, 20 vezes mais galáxias do que se pensava. A descoberta foi publicada pelo norte-americano Astronomical Journal na quinta-feira.

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Reuters/NASA/ESA/Hubble Heritage Team/Handout

A técnica utilizada permitiu a uma equipa de astrónomos calcular o número de galáxias em diferentes períodos da história do universo. Os especialistas conseguiram recuar até perto da altura em que o “Big Bang” ocorreu - há mais de 13 mil milhões de anos - e chegaram à conclusão que o universo possui dois triliões de galáxias.

O astrónomo Edwin Hubble descobriu, em 1924, que a galáxia Andrómeda não pertencia à Via Láctea. Desde então, os cientistas têm-se esforçado por entender quantas galáxias formam o universo. Apesar dos avanços tecnológicos na área da astronomia, a descoberta revelou-se difícil de alcançar.
Uma galáxia é um sistema de milhões de estrelas ligadas gravitacionalmente e com sistemas planetários dentro delas.
O principal impedimento é o facto de apenas existir uma parte do universo onde a luz emitida por objetos distantes tem tempo de chegar à Terra. Estudos recentes indicam que apenas dez por cento do universo é observável, sendo que todo o resto está fora de alcance.

No entanto, novos modelos matemáticos possibilitaram aos astrónomos uma especulação sobre o número de galáxias “invisíveis”. Chegou-se à conclusão de que atualmente existem dez vezes menos galáxias do que quando o universo tinha ainda poucos milhares de milhões de anos. A única explicação é que uma fusão de sistemas tenha reduzido o número inicial.

Christopher Conselice, professor norte-americano da Universidade de Nottingham que liderou o estudo, declarou que “90 por cento das galáxias do universo ainda não foram estudadas”, cita o diário britânico The Guardian.

Conselice espera que, com uma próxima geração de telescópios, essa meta possa ser alcançada.
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