O livro foi escrito na sequência da separação entre Valérie e Hollande, em Janeiro deste ano, após os media franceses terem descoberto a traição do Presidente com a atriz Julie Gayet, que levou à separação do casal e à promessa da antiga companheira do político, de que não ficaria calada.

Ao longo de de 320 páginas, Valérie acusa François Hollande de ser um homem frio e de não ser sincero, especialmente na sua posição sobre ricos e pobres. A antiga jornalista revela que o Presidente se refere às classes mais baixas como os “desdentados”, mesmo depois de se ter sempre apresentado como um homem que "não gosta dos ricos".

Num excerto do livro, Valérie afirma que “na realidade, o Presidente não gosta de pessoas pobres. Aliás, em privado, este homem refere-se a essas pessoas como os ‘desdentados’ e sente-se feliz com a sua própria piada”, facto que está a inflamar os ânimos em França, já que Hollande é um homem de esquerda.

Para além das acusações à personalidade do líder francês, Valérie conta mais um episódio vivido com o ex-companheiro: alguns meses depois de se separarem, Hollande contatou-a para que pudesse regressar para ele, tendo enviado “29 mensagens em apenas um dia”.

A partir do Palácio do Eliseu ainda não foram feitas declarações sobre o polémico livro. No entanto, Sególene Royal, mãe dos quatro filhos de François Hollande, e que foi deixada pelo político francês para se juntar a Valérie, defendeu-o dos ataques da antiga companheira, afirmando que as declarações no livro “são exatamente o contrário daquilo que ele defende”.

Em França, o livro de Valérie Trierweiler está a causar um grande impacto nas redes sociais e chega no pior momento para Hollande, já que é visto como mais um duro golpe na imagem do líder francês, retirando-lhe credibilidade. A juntar às acusações da ex-jornalista, o Presidente socialista ainda lida com problemas como a estagnação da economia e os 10% de desemprego, o que faz com que a sua popularidade seja a mais baixa de um líder francês após a Segunda Grande Guerra, apenas 16%.

Manuel Valls, o primeiro-ministro do executivo de François Hollande já apelou ao "respeito da vida de cada um e à dignidade do debate político".