"Vão para o inferno". Mensagem de Natal de Trump a 37 condenados à morte com pena comutada

A mensagem de Natal de Donald Trump, difundida na sua plataforma Truth Social, foi marcada por votos considerados sarcásticos.

Começou por desejar um feliz Natal aos opositores políticos a quem chamou de "lunáticos da esquerda radical".

Sem poupar o ainda presidente Joe Biden, que comutou 37 penas capital a prisão perpétua sem liberdade condicional, – Trump critica viemente o perdão: “aos 37 criminosos mais violentos, que mataram, violaram e saquearam como quase ninguém o tinha feito anteriormente, e acabaram de receber, incrivelmente, um perdão do Sleepy (adormecido) Joe Biden”.

“Eu recuso-me a desejar um Feliz Natal a essas 'almas' sortudas, mas, em vez disso, direi: VÃO PARA O INFERNO”, completou os votos.

É bem conhecida a opinião favorável de Trump referente à aplicação da pena de morte, já Biden resolveu alterar a sua posição dizendo que: “guiado pela minha consciência estou mais convencido do que nunca de que devemos parar o uso da pena de morte a nível federal. Não posso recuar e deixar uma nova administração retomar as execuções que eu interrompi”.

Aplaudido por ativistas, como Martin Luther King III, filho de Martin Luther King Jr., defensor dos direitos civis que fora assassinado em 1968, Biden decidiu reduziu as sentenças de morte de 37 dos 40 prisioneiros condenados à morte.

O anúncio ocorreu após pressão de ativistas que alertaram que esses prisioneiros provavelmente seriam executados quando Trump retornasse à Casa Branca.

Porém, a sentença de morte mantém-se para três homens que foram condenados por crimes de terrorismo ou crimes de ódio, incluindo Dzhokhar Tsarnaev, que foi considerado culpado de concretizar o atentado à maratona de Boston em 2013.

De acordo com o Centro de Informações sobre Pena de Morte, a maioria dos prisioneiros que viram as sentenças comutadas são pessoas não brancas, e 38 por cento são negras.

Durante a primeira presidência, Trump recomeçou a aplicação das execuções federais após um intervalo de 17 anos, presidindo a mais penas capitais do que os anteriores 10 presidentes juntos.

Mais mensagens natalícias de Trump
Trump desejou boas festas às tropas chinesas que servem no Canal do Panamá, que ele publicamente cismou que fossem devolvidas aos EUA.

“Feliz Natal a todos, incluindo os maravilhosos soldados da China, que estão amorosamente, mas ilegalmente, a operar no Canal do Panamá (onde perdemos 38 mil pessoas na sua construção há 110 anos), sempre garantindo que os Estados Unidos invistam milhões e milhões de dólares em dinheiro para 'consertos', mas não terão absolutamente nada a dizer sobre 'nada'”, escreveu Trump.

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau também não foi poupado ao receber os votos de boas festas, com Trump a atribuir-lhe o título de "governador" e sugerir que o Canadá se tornasse uma região dos EUA.

“Além disso, ao governador Justin Trudeau do Canadá, cujos impostos de cidadania são altos demais, mas se o Canadá se tornasse nosso 51º Estado, os seus impostos seriam reduzidos em mais de 60 por cento, os seus negócios duplicariam de tamanho imediatamente e eles seriam protegidos militarmente como nenhum outro país em qualquer lugar do mundo”.

Os votos natalícios também foram estendidos aos moradores da Gronelândia , “que é necessária aos Estados Unidos para propósitos de Segurança Nacional e, que querem que os EUA estejam lá, e nós estaremos”.

Esta foi uma referência que remonta a primeira presidência de Trump que sugeriu à Dinamarca - que tem soberania sobre o território – que vendesse a Groenlândia aos EUA. Perante a picardia, tanto a Dinamarca como a administração autónoma da Groenlândia disseram que o território não está à venda.