Venezuela acusada de desprezar soberania de Taiwan após críticas a apoio dos EUA
Taiwan acusou hoje a Venezuela de "menosprezar de forma grosseira" a soberania da ilha e instou Caracas a refletir sobre a "falta de legitimidade democrática", após críticas venezuelanas ao apoio militar norte-americano a Taipé.
A resposta da diplomacia taiwanesa surge após o Governo da Venezuela ter classificado como perigoso o anúncio de Washington de uma nova venda de armas a Taiwan, considerando tratar-se de "uma grave ingerência nos assuntos internos da China" e reiterando o seu "inquebrável" apoio ao princípio de `uma só China`.
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan reafirma que a República da China, nome oficial da ilha, é "um país democrático soberano e independente, que não está subordinado à República Popular da China".
"Nenhuma declaração que distorça o estatuto soberano de Taiwan ou negue a escolha democrática do povo taiwanês pode alterar o status quo entre os dois lados do estreito", refere a mesma nota, que acusa Caracas de tentar "enganar a comunidade internacional com falsidades".
"A prioridade imediata das autoridades venezuelanas deveria ser responder às exigências do seu povo em matéria de democracia, liberdade, direitos humanos, Estado de direito e dignidade básica de vida", acrescenta o texto.
Na segunda-feira, o Governo venezuelano condenou a venda de armamento por parte dos Estados Unidos a Taiwan, defendendo que a iniciativa "viola flagrantemente os compromissos assumidos por Washington" e representa "uma ameaça à paz e à estabilidade" regionais.
As declarações de Caracas coincidiram com o arranque de novos exercícios militares de larga escala por parte da China em torno de Taiwan, com manobras de dois dias que incluíram disparos reais de longo alcance, segundo as autoridades de defesa taiwanesas.