Violência em São Paulo financiada com dinheiro roubado do Banco Central

O grupo criminoso brasileiro Primeiro Comando da Capital (PCC) financiou a recente onda de violência no Estado de São Paulo c om dinheiro roubado do Banco Central (BC) em Fortaleza em Agosto de 2005, notici ou hoje a imprensa.

Agência LUSA /

De acordo com a Polícia Federal (PF), citada pelo jornal Folha de São P aulo, o PCC ficou com cerca de 50 milhões de reais (17,5 milhões de euros) dos 1 64,8 milhões de reais (57,6 milhões de euros) furtados do BC de Fortaleza.

Nesse roubo, o maior da história do Brasil, 10 a 20 assaltantes cavaram um túnel de 80 metros de comprimento a partir das instalações de uma falsa loja de jardinagem e conseguiram entrar na casa-forte do banco, situado em pleno cen tro da cidade.

O dinheiro roubado foi colocado em sacos de cerais e enviado num voo co mercial para São Paulo.

A Polícia Federal indicou que parte desse dinheiro foi utilizada para f inanciar as rebeliões nas penitenciárias do Estado de São Paulo e os ataques de rua do PCC em Maio.

No período de 12 a 20 de Maio, o Estado de São Paulo enfrentou a sua pi or crise de segurança pública de sempre, quando o PCC desencadeou dezenas de ata ques nas ruas e rebeliões nas prisões, de que resultaram 187 mortos, segundo bal anço da secretaria estadual da Segurança Pública.

De acordo com uma investigação da PF com base em 50 operações desde 200 4, o PCC comandou ou teve envolvimento directo ou indirecto em pelo menos 20 por cento dos roubos de valores e de carga no Brasil.

Os polícias afirmam que, desde o final dos anos 90, o PCC tem apostado em acções que permitam a obtenção de capital, dando prioridade a alvos como tran sporte de valores, caixas-fortes de bancos, empresas transportadoras de valores e ainda roubo de cargas.

Dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo indicam que se re gistaram 4.266 roubos de carga nas estradas do Estado no ano passado.

O grupo criminoso também passou a obter mais rendas com o tráfico de dr ogas em São Paulo.

Segundo a Polícia Federal, ao precisar os seus alvos, o PCC elevou os s eus ganhos para um milhão de reais (350 mil euros) por mês.

O branqueamento do dinheiro dos crimes, sempre de acordo com a PF, está a ser feito em postos de gasolina e no transporte clandestino em São Paulo.

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