Vírus. Autoridades chinesas pedem à população para evitar multidões

por RTP
Vírus terá começado em mercado de Wuhan, cidade do centro da China Reuters

São já nove o número de mortes confirmadas por causa do novo vírus que começou na China. O número de infetados no país é já superior às quatro centenas. As autoridades chinesas apelaram à população para que evite multidões e encontros em espaços públicos. O vírus pode alastrar ainda mais.

O número de casos aumentou rapidamente desde que a nova pneumonia foi detetada no mês passado em Wuhan, no centro da China. No total, há 440 casos confirmados, anunciou o vice-diretor da Comissão Nacional de Saúde, Li Bin.

As vítimas mortais são todas da província de Hubei, cuja capital é Wuhan. "Já há casos de transmissão e infeção entre seres humanos e funcionários de saúde infetados", disse Li, em conferência de imprensa. "As evidências demonstram que a doença foi transmitida por via respiratória e existe a possibilidade de uma mutação do vírus", detalhou.

Com o rápido evoluir da situação, as autoridades estão receosas que possamos estar perante uma potencial epidemia semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.

O vírus já se espalhou para outros países. Até agora há casos confirmados do novo coronavírus entre viajantes chineses na Coreia do Sul, Japão, Tailândia e Taiwan, todos também oriundos de Wuhan.

Vários países com ligações aéreas diretas ou indiretas a Wuhan estão a efetuar verificações sistemáticas de passageiros de voos oriundos de áreas consideradas de risco.
Como começou?
O vírus foi inicialmente detetado, no mês passado, em Wuhan, cidade do centro da China, um importante centro de transporte doméstico e internacional.

O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o Ministério dos Transportes chinês, o país deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

Em alerta e muito atentos, as autoridades dissem que ainda sabem pouco sobre este vírus. "Ainda estamos no processo de aprender mais sobre esta doença", disse Gao Fu, um académico da Academia Chinesa de Ciências e chefe do Centro Chinês de Controle de Doenças.

No entanto, afirmou, as autoridades estão a trabalhar no pressuposto de que o surto resultou da exposição humana a animais selvagens que eram comercializados ilegalmente no mercado de alimentos em Wuhan, de onde se suspeita que o vírus é originário, e alertou que o vírus está a sofrer mutações.

Não se sabe o quão contagioso é o vírus, mas a transmissão de pessoa para pessoa pode permitir que se espalhe rapidamente.

O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o ministério chinês dos Transportes, a China deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai reunir-se durante o dia de hoje para decidir se deve declarar uma "emergência de saúde pública de interesse internacional", decisão que pode ser influenciada pela descoberta do primeiro caso nos Estados Unidos.

C/ Lusa

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