Yasser Arafat sofria de "cirrose", diz semanário francês
O líder palestiniano, Yasser Arafat, sofria de "cirrose", apesar de as causas da sua morte terem sido "múltiplas", escreve o semanário satírico "Le Canard Enchainé", na sua edição de quarta-feira.
Segundo jornal, desde a admissão do dirigente palestiniano no hospital militar Percy de Clamart, perto de Paris, que os médicos "suspeitaram de graves lesões hepáticas" susceptíveis de perturbar a composição do sangue.
Ainda que o diagnóstico de leucemia tenha sido "rapidamente afastado", prossegue o jornal, "o fígado estava efectivamente em mau estado, o que em linguagem médica significa uma forma de cirrose dita +mecânica+".
"Para um público menos informado, cirrose, quer dizer alcoólico. E no contexto isso não era possível", explica um médico de Percy citado pelo "Le Canard Enchaine".
O semanário sublinha ainda que, segundo os médicos, "as condições de vida" de Yasser Arafat "nos três últimos anos não facilitaram as coisas", pois não pôde "beneficiar de cuidados adaptados ao seus estado" de saúde.
"O cenário mais provável é que +as causas da morte sejam múltiplas+. O coma terá sido provocado pelo agravamento do seu estado hepático ou, dito de outro modo, pela sua cirrose. Acabou por terminar numa hemorragia", conclui o jornal.
Há já vários dias circulam rumores entre a opinião pública palestiniana e no mundo árabe sobre o possível envenenamento por Israel do líder palestiniano, que morreu quinta-feira em França.
Os serviços secretos israelitas falam, entretanto, que Yasser Arafat pode ter morrido com SIDA.
Enquanto isso, ministério do Interior francês anunciava hoje que caberá aos familiares de Arafat decidir se divulga a informação sobre a sua doença.
Segunda-feira, o governo da Autoridade Palestiniana apresentou um pedido formal ao governo francês para que seja tornado público o relatório médico do ex-presidente palestiniano, bem como as razões da sua morte.