Mundo
Guerra na Ucrânia
"A progredir nas garantias de segurança". Macron anuncia reunião de aliados de Kiev
O anúncio do presidente francês surge na esteira do encontro de domingo entre os presidentes ucraniano e norte-americano.
O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou esta segunda-feira uma reunião dos aliados de Kiev em Paris, no início de janeiro, para discutir garantias de segurança para a Ucrânia no âmbito de um acordo de paz com a Rússia.
"Vamos reunir os países da Coligação da Vontade em Paris, no início de janeiro, para finalizar as contribuições concretas de cada país", escreveu Emmanuel Macron, na rede social X após conversações com o seu presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, além de vários outros líderes europeus.
"Estamos a progredir nas garantias de segurança que serão fundamentais para a construção de uma paz justa e duradoura", acrescentou o chefe de Estado francês, que também teve uma reunião privada com Volodymyr Zelensky."Negociação muito difícil"
O anúncio de Macron anúncio surge após o encontro entre Zelensky e Trump, no domingo, na residência de férias de Donald Trump na Florida. o presidente norte-anericano demonstrou um optimismo resoluto, embora também evasivo, quanto a uma resolução rápida do conflito que se arrasta desde fevereiro de 2022.
"Tem sido uma negociação muito difícil", reconheceu Donald Trump, mencionando "numerosos progressos" para acabar com a guerra que se prolonga há quase quatro anos, depois de as tropas russas terem invadido território ucraniano.
"Não quero dizer quando, mas acho que vamos lá chegar", continuou, oferecendo-se também para discursar no Parlamento ucraniano para apresentar o seu plano de paz.
No domingo, o presidente norte-americano anunciou que Rússia e Ucrânia concordaram negociar através de um grupo de trabalho, formado pelos seus principais colaboradores, para finalizar um acordo de paz "nas próximas semanas".
Sobre as equipas que vão continuar a negociar, o presidente norte-americano garantiu que "irão trabalhar com a Rússia", já que "sem eles nada se consegue". "É uma guerra muito complexa mas acho que vamos conseguir", reconheceu."O que eu quero mesmo é salvar vidas", sublinhou, depois de reconhecer que para os europeus "a Ucrânia é muito importante", muito mais do que para os Estados Unidos.
"Penso que dentro de algumas semanas saberemos de uma forma ou de outra" se as negociações deram frutos, frisou.
No entanto, Donald Trump esclareceu que "não foi debatido um cessar-fogo". "Encontraremos formas de contornar a oposição de Putin ao cessar-fogo". O presidente russo afirmou este domingo que um cessar-fogo "apenas iria prolongar a guerra".
Os dois líderes falaram numa conferência de imprensa conjunta após se terem reunido, durante cerca de duas horas, no resort Mar-a-Lago de Trump, na Florida, na tarde de domingo.
Trump e Zelensky relataram progressos em duas das questões mais controversas nas negociações de paz: as garantias de segurança para a Ucrânia e a divisão da região de Donbass, no leste da Ucrânia, que a Rússia procura capturar.
Os Estados Unidos, procurando um acordo, propuseram uma zona económica especial caso a Ucrânia abandone o Dondass, embora ainda não seja claro como é que esta zona funcionaria na prática.Os negociadores norte-americanos propuseram também o controlo partilhado da central nuclear de Zaporizhzhia. As reparações na linha de transmissão de energia começaram após outro cessar-fogo local intermediado pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), revelou a agência no domingo.
Os negociadores, disse Trump, avançaram com a decisão sobre o destino da central, que pode "entrar em funcionamento quase imediatamente". O presidente dos EUA afirmou que "é um grande passo" o facto de a Rússia não ter bombardeado a instalação.
Além do destino do Donbass, região no leste da Ucrânia reivindicada por Moscovo, e da central nuclear de Zaporizhzhia, ocupada por soldados russos no sul, os dois líderes discutiram as garantias de segurança que as potências ocidentais poderiam oferecer no âmbito de um possível acordo de paz.
Tanto Trump como Zelensky revelaram poucos detalhes do encontro e não estabeleceram um prazo para a conclusão de um acordo de paz.
"Grande progresso"
Já o presidente ucraniano afirmou que espera que o grupo trabalho permita ter "decisões em janeiro" sobre seis documentos que deveriam solucionar os diferendos sobre o cessar-fogo, as garantias de segurança para Kiev por parte da NATO e o futuro das regiões orientais ucranianas ocupadas pela Rússia do Donbass.
Ao lado de Donald Trump, Volodymyr Zelensky também manifestou entusiasmo, falando de um "grande progresso", realçando a "aprovação de 90 por cento" dos 20 pontos do plano de paz norte-americano, "garantias de segurança" para a Ucrânia "aprovadas" em alguns casos e "quase aprovadas" noutros, bem como "um plano de prosperidade em fase de finalização".Volodymyr Zelensky afirmou esta segunda-feira que uma proposta de acordo de paz para pôr fim à guerra com a Rússia prevê garantias de segurança dos EUA para a Ucrânia durante 15 anos. Segundo a Reuters, em conversa com os jornalistas via WhatsApp, o presidente ucraniano acrescentou que solicitou ao presidente norte-americano, Donald Trump, garantias até 50 anos.
O presidente ucraniano apresentou esta semana uma nova versão do plano, reformulada após duras negociações exigidas por Kiev, que considerou a primeira versão muito próxima das exigências russas.
O novo documento abandona duas exigências fundamentais do Kremlin: a retirada das tropas ucranianas da região de Donetsk, que faz parte de Donbass, e um compromisso juridicamente vinculativo da Ucrânia de não aderir à NATO.
"As nossas equipas andam há mais de um mês a trabalhar" sobre a questão do Donbass, um "assunto muito difícil", referiu Zelensky.
Para a Rússia, que encontrou em Donald Trump um aliado eficaz para algumas das suas exigências, "a Europa e a União Europeia tornaram-se o principal obstáculo à paz", segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov.Moscovo já afirmou que qualquer envio de tropas estrangeiras para a Ucrânia é inaceitável.
Pouco antes de Zelensky e da delegação ucraniana chegarem à residência de Trump na Florida, o presidente norte-americano e o presidente russo, Vladimir Putin, conversaram ao telefone, numa chamada que o Donald Trump descreveu como "produtiva" e o conselheiro de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, como "simpática".
Ushakov, em Moscovo, disse que Putin informou Trump de que um cessar-fogo de 60 dias, proposto pela União Europeia e pela Ucrânia, prolongaria a guerra. O conselheiro do Kremlin afirmou ainda que a Ucrânia precisa de tomar uma decisão sobre o Donbass "sem mais demoras"."O mundo inteiro aprecia os esforços de paz do presidente Trump e da sua equipa", publicou Kirill Dmitriev, enviado especial de Putin, no Facebook na manhã desta segunda-feira, após as conversações de Trump com Zelensky.
Trump que falou com Putin durante mais de duas horas. Afirmou que o presidente russo prometeu ajudar na reconstrução da Ucrânia, incluindo o fornecimento de energia a preços muito favoráveis. "A Rússia quer ver a Ucrânia prosperar", disse Trump. "Parece um pouco estranho."
"Vamos reunir os países da Coligação da Vontade em Paris, no início de janeiro, para finalizar as contribuições concretas de cada país", escreveu Emmanuel Macron, na rede social X após conversações com o seu presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, além de vários outros líderes europeus.
Along with several other European leaders, I took part this evening in an exchange with Presidents @ZelenskyyUa and @realDonaldTrump. I then spoke with President Zelensky.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) December 29, 2025
We are making progress on the security guarantees that will be central to building a just and lasting…
"Estamos a progredir nas garantias de segurança que serão fundamentais para a construção de uma paz justa e duradoura", acrescentou o chefe de Estado francês, que também teve uma reunião privada com Volodymyr Zelensky."Negociação muito difícil"
O anúncio de Macron anúncio surge após o encontro entre Zelensky e Trump, no domingo, na residência de férias de Donald Trump na Florida. o presidente norte-anericano demonstrou um optimismo resoluto, embora também evasivo, quanto a uma resolução rápida do conflito que se arrasta desde fevereiro de 2022.
"Tem sido uma negociação muito difícil", reconheceu Donald Trump, mencionando "numerosos progressos" para acabar com a guerra que se prolonga há quase quatro anos, depois de as tropas russas terem invadido território ucraniano.
"Não quero dizer quando, mas acho que vamos lá chegar", continuou, oferecendo-se também para discursar no Parlamento ucraniano para apresentar o seu plano de paz.
No domingo, o presidente norte-americano anunciou que Rússia e Ucrânia concordaram negociar através de um grupo de trabalho, formado pelos seus principais colaboradores, para finalizar um acordo de paz "nas próximas semanas".
Sobre as equipas que vão continuar a negociar, o presidente norte-americano garantiu que "irão trabalhar com a Rússia", já que "sem eles nada se consegue". "É uma guerra muito complexa mas acho que vamos conseguir", reconheceu."O que eu quero mesmo é salvar vidas", sublinhou, depois de reconhecer que para os europeus "a Ucrânia é muito importante", muito mais do que para os Estados Unidos.
"Penso que dentro de algumas semanas saberemos de uma forma ou de outra" se as negociações deram frutos, frisou.
"Estamos cada vez mais perto, talvez até muito perto" de um acordo sobre o Donbass, acrescentou Trump.
"Haverá garantias de segurança. Serão robustas. E os países europeus estão muito envolvidos", assegurou o presidente norte-americano.
No entanto, Donald Trump esclareceu que "não foi debatido um cessar-fogo". "Encontraremos formas de contornar a oposição de Putin ao cessar-fogo". O presidente russo afirmou este domingo que um cessar-fogo "apenas iria prolongar a guerra".
Os dois líderes falaram numa conferência de imprensa conjunta após se terem reunido, durante cerca de duas horas, no resort Mar-a-Lago de Trump, na Florida, na tarde de domingo.
Trump e Zelensky relataram progressos em duas das questões mais controversas nas negociações de paz: as garantias de segurança para a Ucrânia e a divisão da região de Donbass, no leste da Ucrânia, que a Rússia procura capturar.
Os Estados Unidos, procurando um acordo, propuseram uma zona económica especial caso a Ucrânia abandone o Dondass, embora ainda não seja claro como é que esta zona funcionaria na prática.Os negociadores norte-americanos propuseram também o controlo partilhado da central nuclear de Zaporizhzhia. As reparações na linha de transmissão de energia começaram após outro cessar-fogo local intermediado pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), revelou a agência no domingo.
Os negociadores, disse Trump, avançaram com a decisão sobre o destino da central, que pode "entrar em funcionamento quase imediatamente". O presidente dos EUA afirmou que "é um grande passo" o facto de a Rússia não ter bombardeado a instalação.
Além do destino do Donbass, região no leste da Ucrânia reivindicada por Moscovo, e da central nuclear de Zaporizhzhia, ocupada por soldados russos no sul, os dois líderes discutiram as garantias de segurança que as potências ocidentais poderiam oferecer no âmbito de um possível acordo de paz.
Tanto Trump como Zelensky revelaram poucos detalhes do encontro e não estabeleceram um prazo para a conclusão de um acordo de paz.
"Grande progresso"
Já o presidente ucraniano afirmou que espera que o grupo trabalho permita ter "decisões em janeiro" sobre seis documentos que deveriam solucionar os diferendos sobre o cessar-fogo, as garantias de segurança para Kiev por parte da NATO e o futuro das regiões orientais ucranianas ocupadas pela Rússia do Donbass.
Ao lado de Donald Trump, Volodymyr Zelensky também manifestou entusiasmo, falando de um "grande progresso", realçando a "aprovação de 90 por cento" dos 20 pontos do plano de paz norte-americano, "garantias de segurança" para a Ucrânia "aprovadas" em alguns casos e "quase aprovadas" noutros, bem como "um plano de prosperidade em fase de finalização".Volodymyr Zelensky afirmou esta segunda-feira que uma proposta de acordo de paz para pôr fim à guerra com a Rússia prevê garantias de segurança dos EUA para a Ucrânia durante 15 anos. Segundo a Reuters, em conversa com os jornalistas via WhatsApp, o presidente ucraniano acrescentou que solicitou ao presidente norte-americano, Donald Trump, garantias até 50 anos.
O presidente ucraniano apresentou esta semana uma nova versão do plano, reformulada após duras negociações exigidas por Kiev, que considerou a primeira versão muito próxima das exigências russas.
O novo documento abandona duas exigências fundamentais do Kremlin: a retirada das tropas ucranianas da região de Donetsk, que faz parte de Donbass, e um compromisso juridicamente vinculativo da Ucrânia de não aderir à NATO.
"As nossas equipas andam há mais de um mês a trabalhar" sobre a questão do Donbass, um "assunto muito difícil", referiu Zelensky.
"Temos de respeitar o nosso território", acrescentou, admitindo a possibilidade da realização de um referendo, "se o acordo for muito difícil de aceitar"." A terra não é minha", lembrou, uma vez que a Constituição ucraniana o impede de ceder território.
"Europa e UE tornaram-se o principal obstáculo à paz"
Para a Rússia, que encontrou em Donald Trump um aliado eficaz para algumas das suas exigências, "a Europa e a União Europeia tornaram-se o principal obstáculo à paz", segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov.Moscovo já afirmou que qualquer envio de tropas estrangeiras para a Ucrânia é inaceitável.
Pouco antes de Zelensky e da delegação ucraniana chegarem à residência de Trump na Florida, o presidente norte-americano e o presidente russo, Vladimir Putin, conversaram ao telefone, numa chamada que o Donald Trump descreveu como "produtiva" e o conselheiro de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, como "simpática".
Ushakov, em Moscovo, disse que Putin informou Trump de que um cessar-fogo de 60 dias, proposto pela União Europeia e pela Ucrânia, prolongaria a guerra. O conselheiro do Kremlin afirmou ainda que a Ucrânia precisa de tomar uma decisão sobre o Donbass "sem mais demoras"."O mundo inteiro aprecia os esforços de paz do presidente Trump e da sua equipa", publicou Kirill Dmitriev, enviado especial de Putin, no Facebook na manhã desta segunda-feira, após as conversações de Trump com Zelensky.
Trump que falou com Putin durante mais de duas horas. Afirmou que o presidente russo prometeu ajudar na reconstrução da Ucrânia, incluindo o fornecimento de energia a preços muito favoráveis. "A Rússia quer ver a Ucrânia prosperar", disse Trump. "Parece um pouco estranho."
A Rússia controla toda a Crimeia, que anexou em 2014, e desde a invasão da Ucrânia, há quase quatro anos, assumiu o controlo de cerca de 12 por cento do seu território, incluindo cerca de 90 por cento do Donbass, 75 por cento das regiões de Zaporizhzhia e Kherson, e pequenas porções das regiões de Kharkiv, Sumy, Mykolaiv e Dnipropetrovsk, segundo estimativas russas.
c/ agências