O Papa Francisco visita o Iraque de 5 a 8 de março. O Governo local está decidido a demonstrar que o país marcado pela guerra e de maioria muçulmana recuperou a estabilidade entre a comunidade cristã. A mensagem do Sumo Pontífice é a de que Igreja Católica está ao lado dos que sofrem. A agenda inclui uma cerimónia no Zigurate de Ur, o primeiro templo da antiga Suméria.
O colossal Zigurate reflete o poder da III dinastia de Ur.
Construída entre 2111 2059 a.C., a estrutura suméria fazia parte de um complexo de templos dedicados a Nanna, deus da Lua e protetor da cidade de Ur.
Foto: Alaa Al-Marjani - Reuters
Constituído por patamares em forma de pirâmide, o templo contava com sete terraços, mas atualmente só restam três.
A estrutura da Idade do bronze era revestida a tijolos de adobe e dispunha de três escadarias monumentais que convergiam à grande porta de entrada no primeiro patamar.
A cidade de Ur está referenciada como local de nascimento de Abraão. O pai do judaísmo, cristianismo e do islamismo é descrito no livro bíblico do Génesis como habitante de Ur, antes de ser convocado por Deus para criar uma nova nação que corresponderia a Canaã, atual território israelita.
As comunidades afluíam ao Zigurate para celebrarem os rituais divinos.
Os arqueólogos locais esperam que o evento renove a atenção ao local histórico.
"Nós estamos a contar que a visita do Papa venha inverter a situação. Esperamos que aumente o número de turistas aqui na cidade. Não só turistas, acreditamos que possam vir também mais cristãos em peregrinação", disse o diretor do sítio arqueológico, Ali Kadhim Ghanim, citado pela agência Reuters.
O monumental templo foi pólo de atração turística nas décadas de 70 e 80 do século passado, mas a guerra e a instabilidade política afastaram o fluxo de visitantes internacionais do Iraque.
Localizada a cerca de 300 quilómetros a sul da capital Bagdade, a cidade de Ur testemunhou o início da escrita e a organização centralizada do poder do Estado. Foi escavada há cerca de 100 anos pelo britânico Leonel Woolley. O arqueólogo resgatou tesouros equiparados às peças encontradas no túmulo de Tutankhamon, no Egito.
Ghanim afirma que as estruturas foram alvo de algum restauro em 1999, quando o Papa João Paulo II anunciou uma visita ao país. Essa viagem acabou cancelada por não ter havido entendimento com o Governo de Saddam Hussein.
Foto: Alaa Al-Marjani - Reuters
Habib al-Naufaly, arcebispo de Bassorá, destaca a importância simbólica da presença do Papa no Iraque. Espera que seja recuperado o património cristão que o Estado Islâmico destruiu.
A notícia da visita do Papa impulsionou a restauração de estradas para os percursos do roteiro, assim como construção de áreas de descanso e colocação de sinalética informativa para os visitantes.
A cidade de Ur está referenciada como local de nascimento de Abraão. O pai do judaísmo, cristianismo e do islamismo é descrito no livro bíblico do Génesis como habitante de Ur, antes de ser convocado por Deus para criar uma nova nação que corresponderia a Canaã, atual território israelita.
As comunidades afluíam ao Zigurate para celebrarem os rituais divinos.
É neste palco de pendor religioso que Papa Francisco pretende juntar pessoas de vários credos para assistirem a uma oração conjunta.
"Oração pelos filhos e filhas de Abrão" - assim se chama a missa que aclamará a harmonia entre os diferentes grupos religiosos, sublinha o Vaticano na página oficial da internet.
O momento de culto em Ur deverá contar com a presença de cristãos, muçulmanos, mandaean-sabaean, yazidi e outras minorias religiosas presentes no Iraque.
"Oração pelos filhos e filhas de Abrão" - assim se chama a missa que aclamará a harmonia entre os diferentes grupos religiosos, sublinha o Vaticano na página oficial da internet.
O momento de culto em Ur deverá contar com a presença de cristãos, muçulmanos, mandaean-sabaean, yazidi e outras minorias religiosas presentes no Iraque.
O encontro interreligioso acontece no próximo sábado.
Escadaria de acesso | Foto: Alaa Al-Marjani - Reuters
Escadaria de acesso | Foto: Alaa Al-Marjani - Reuters
Os arqueólogos locais esperam que o evento renove a atenção ao local histórico.
"Nós estamos a contar que a visita do Papa venha inverter a situação. Esperamos que aumente o número de turistas aqui na cidade. Não só turistas, acreditamos que possam vir também mais cristãos em peregrinação", disse o diretor do sítio arqueológico, Ali Kadhim Ghanim, citado pela agência Reuters.
O monumental templo foi pólo de atração turística nas décadas de 70 e 80 do século passado, mas a guerra e a instabilidade política afastaram o fluxo de visitantes internacionais do Iraque.
Localizada a cerca de 300 quilómetros a sul da capital Bagdade, a cidade de Ur testemunhou o início da escrita e a organização centralizada do poder do Estado. Foi escavada há cerca de 100 anos pelo britânico Leonel Woolley. O arqueólogo resgatou tesouros equiparados às peças encontradas no túmulo de Tutankhamon, no Egito.
Ghanim afirma que as estruturas foram alvo de algum restauro em 1999, quando o Papa João Paulo II anunciou uma visita ao país. Essa viagem acabou cancelada por não ter havido entendimento com o Governo de Saddam Hussein.
Foto: Alaa Al-Marjani - Reuters
Habib al-Naufaly, arcebispo de Bassorá, destaca a importância simbólica da presença do Papa no Iraque. Espera que seja recuperado o património cristão que o Estado Islâmico destruiu.
A notícia da visita do Papa impulsionou a restauração de estradas para os percursos do roteiro, assim como construção de áreas de descanso e colocação de sinalética informativa para os visitantes.