Zumwalt. O mais avançado navio de guerra dos EUA chega a Tóquio

por Carla Quirino - RTP
Liz Wolter - Marinha dos EUA

O USS Zumwalt é um "destroyer" furtivo de última geração e tem por missão ensaiar o eventual posicionamento de mísseis hipersónicos dos Estados Unidos no extremo oriental da Ásia. Os norte-americanos descrevem-no como o navio de guerra mais avançado a circular nos mares. Pela primeira vez, cruzou o Pacífico e chegou ao Japão.

Em breve haverá três navios de guerra desta nova classe norte-americana. O primeiro, o USS Zumwalt, chegou a Tóquio na segunda-feira.

Os navios têm um design furtivo, sistemas de propulsão elétrica de última geração e cascos que perfuram as ondas. Com 185 metros de comprimento e deslocando 16 mil toneladas métricas, o Zumwalt é "o maior e mais avançado combatente de superfície do mundo", de acordo com a Marinha norte-americana.

Com a capacidade de intercetar e destruir mísseis guiados, o navio foi enviado para o extremo asiático com a missão de estudar a possibilidade de uma eventual implantação de mísseis hipersónicos dos Estados Unidos na região.

A Marinha norte-americana explica que este tipo de navio abre portas "a um novo nível de complexidade do palco de batalha para potenciais adversários".

"A presença de um navio de guerra furtivo atrairá muito interesse (chinês)", especialmente se o Zumwalt estiver equipado com armas hipersónicas, realçou o analista Carl Schuster, ex-capitão da Marinha dos EUA, em declarações à CNN.
Design furtivo
Ainda segundo a Marinha norte-americana, o Zumwalt foi desenhado para incluir múltiplas inovações.

"O design do casco tumblehome que perfura as ondas facilitou uma ampla gama de avanços. A superestrutura reduz significativamente a secção transversal do radar e outras assinaturas, tornando o navio mais difícil de detetar pelos inimigos no mar", de acordo com a ficha técnica da Marinha.

Em comunicado, a Marinha dos EUA explicou que o navio de guerra foi planeado para integrar o Destroyer Squadron 15, o maior esquadrão de contratorpedeiros norte-americanos posicionado fora dos Estados Unidos, operando na Base Naval de Yokosuka, perto de Tóquio.

Comparando com a tecnologia de contratorpedeiros chineses - o Type 055 - a Marinha do Exército de Libertação Popular da China não iguala o tamanho de Zumwalt, mas pode superiorizar-se pela quantidade.

Os seis Type 055 ativos possuem 112 células de lançamento, enquanto os Zumwalt estão preparados para serem armados com 80 células de lançamento vertical para mísseis que podem atingir alvos terrestres e marítimos, bem como lançar torpedos anti-submarinos.

Por enquanto, "o navio e a tripulação estão a ser encarregados com tarefas como os navios normalmente seriam, a sua utilização faz parte do processo de integração da frota para incluir uma nova classe de navio no ambiente operacional e entender como pode operar melhor com outros navios/plataformas", clarificou a Marinha norte americana.

Com um custo de oito mil milhões de dólares, o Zumwalt já prevê uma atualização no próximo ano para acomodar o Common Hypersonic Glide Body (C-HGB) do Pentágono, um sistema de armas que usa um motor de foguete de reforço para disparar mísseis a velocidade hipersónica. "O C-HGB destina-se a destruir alvos em virtude apenas da sua velocidade", argumentaram as patentes norte-americanas.

Na ótica de Carl Schuster, as movimentações de Zumwalt são descritas como "mais políticas do que militares", mas poderão mudar no momento em que a Marinha instale armas hipersónicas a bordo.
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