Reportagem

10 Junho. Pedrógão Grande recebe as comemorações do Dia de Portugal

O Presidente da República discursou hoje em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, pela nona vez numa cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal. O palco das comemorações são três concelhos do distrito de Leiria afetados pelos incêndios de 2017 - Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera - e Coimbra.

Mariana Ribeiro Soares, Ana Sofia Rodrigues - RTP /

Paulo Novais - Lusa

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10 de Junho. Centenas de pessoas assistiram às comemorações

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Presidente da República espera que tragédias como incêndios de 2017 não voltem a acontecer

Foto: Lusa

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Dia de Portugal. Ex-bombeiro lembrou as vítimas dos incêndios de 2017

Num discurso que apelou a que nada e nunca se esqueça, Rui Rosinha é o testemunho da coragem e da esperança de um interior de Portugal que se quer e precisa mais notado.
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Ter um "país coeso" é uma prioridade do Governo, diz Montenegro

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PR salienta que 10 de Junho "inclui nacionais e estrangeiros"

A partir de Pedrógão Grande, um dos três concelhos afetados pelos trágicos incêndios, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou o país "uno", feito de resistentes "nacionais e estrangeiros".
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"Um país coeso é uma prioridade", defende primeiro-ministro

À margem da cerimónia, Luís Montenegro afirmou que enquanto chefe do executivo, tentará que cheguem aos territórios como o de Pedrógão Grande o apoio devido, reagindo à queixa do bombeiro Rui Rosinha de que muito foi prometido depois dos incêndios, mas pouco chegou.

"Um país coeso é uma prioridade", defendeu o primeiro-ministro, acrescentando que se se deve garantir que todos têm as mesmas oportunidades independentemente do sítio onde vivem e das condições familiares.

Sobre os pedidos de meios, de apoios e de mudanças que foram ouvidos em Pedrógão, o primeiro-ministro assume que muitas das expetativas que aqui foram criadas não tiveram correspondência na realidade, mas que essa é uma matéria para abordar noutra altura, que não neste dia de Portugal.

Montenegro evitou falar das eleições europeias deste domingo.
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"10 de Junho, ao celebrar Portugal, celebra-o todo"
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Marcelo evoca o passado e pede um futuro "mais igual e menos discriminatório"

“Portugal não é só memória das glórias, das euforias, das fortunas de quase nove séculos. Portugal não é só a memória dos fracassos, dos dramas, das tragédias. Portugal é tudo isso e é um só. Um mesmo Portugal”, começou por afirmar o presidente da República no seu discurso nas comemorações do 10 de Junho.

“E o 10 de Junho, ao celebrar Portugal, celebra-o todo, uno, na sua diversidade. (…) Celebra-o nas glórias mais esplendorosas e nas tragédias mais dolorosas”, declarou Marcelo, recordando as vítimas dos incêndios de 2017.

“Este 10 de Junho evoca com respeito e emoção e saudade a tragédia de junho de 2017 e todas as suas vítimas. Alarga a sua memória a outras terras que sofreram idêntica tragédia em outubro de 2017”, disse o presidente da República.

“Evoca o passado mas quer sobretudo dizer futuro: reconstrução, novos jovens, novos residentes, nacionais e estrangeiros, novos sonhos”, acrescentou.

“Que este 10 de Junho queira dizer: tragédias como as de 2017 nunca mais. Futuro mais igual e menos discriminatório para todas as terras e todos os portugueses. Lugar para a esperança, confiança e sonho sempre, mesmo nos instantes mais sofridos da nossa vida coletiva”, asseverou.

“Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos mostram o caminho”, afirmou, lembrando que “Camões é também, tem de ser também, o nosso inspirador”.

O presidente da República pediu ainda que todos os portugueses estejam orgulhosos “dos seus caboucos, das suas origens e com gente dispersa pelas comunidades", tal como devem estar orgulhosos de Camões.

“Portugal e os portuguese são sempre melhores do que as antevisões dos arautos dos infortúnios. Nós portugueses somos sempre melhores do que às vezes pensamos e do que muitos outros gostam de pensar”, asseverou.

“Por isso nós, orgulhosamente, vivemos quase 900 anos de passado sempre feito de futuro”, concluiu.
 
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Bombeiro Rui Rosinha usa da palavra. "Todos os dias tentamos transformar a dor em esperança. Nem sempre conseguimos"

Rui Rosinha, Bombeiro da Corporação de Castanheira de Pera, uma das vítimas dos incêndios de 17 de junho de 2017, é o convidado especial para a cerimónia. Partilhava nesse dia fatídico de incêndios a viatura com um outro bombeiro que faleceu. Rui Rosinha sobreviveu, apesar das sequelas graves e de 20 cirurgias. Está já reformado.

“A tragédia dos incêndios de 17 de junho (…) foi uma das maiores e mais mortíferas catástrofes em Portugal. Perdemos vidas preciosas, amigos e familiares. Muitos ficaram feridos e as cicatrizes nas nossas terras e nas nossas almas são profundas e irrecuperáveis”, argumentou Rui Rosinha.

"Neste Dia de Portugal, aproveitamos o foco desta celebração para, na presença do Governo e representantes da oposição, apelar a um compromisso sério com estes territórios de baixa densidade", afirmou.

“Não podemos esquecer os muitos feridos que precisam de apoio contínuo. O processo de recuperação é doloroso, longo e, em muitos casos, interminável”, assegurou, agradecendo toda a solidariedade que receberam, mas sem deixar de referir que muito se falou e prometeu, mas pouco chegou ao território entre uma burocracia pesada e demorada.

O bombeiro, agora reformado, lembrou vários problemas estruturais que têm de ser resolvidos para fixar pessoas naquele território, desde recursos médicos a transportes públicos ou vias de comunicação.

"Apesar de todos estes problemas e dificuldades que poderiam, facilmente, nos levar a desistir e abandonar esta região, continuamos aqui, resistindo estoicamente e com grande determinação para transformar este território, tornando-o mais atraente, justo, seguro e, sobretudo, coeso", continuou Rui Rosinha.

“O ideal é pensarmos positivo” para que quem esteja de fora possa reconhecer esta com uma terra de “oportunidades e de gente capaz”. “Todos somos poucos para reverter esta tendência” e aproximar este território do litoral. E pede que, independentemente da sua residência, todos possam viver com dignidade.

O bombeiro foi convidado pelo chefe de Estado para discursar nas comemorações do Dia de Portugal, este ano centradas em Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, os concelhos mais afetados pelos fogos de junho de 2017, que provocaram 66 mortos e 253 feridos, além da destruição de casas, empresas e floresta.

Rui Rosinha, de 46 anos, era chefe de uma viatura dos Bombeiros Voluntários de Castanheira de Pera mobilizada para estes fogos e na qual seguiam mais quatro bombeiros. Um deles - Gonçalo Conceição - morreu.
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Começa a cerimónia de homenagem aos mortos em combate

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Presidente da República aplaudido à chegada

Marcelo Rebelo de Sousa também já chegou para as cerimónias do 10 de Junho.

O presidente juntou-se à contingência das tropas em parada e foi novamente tocado o hino nacional, enquanto foi lançada a tradicional salva de 21 tiros pelo regimento de artilharia.

Marcelo Rebelo de Sousa procedeu, de seguida, à revisão das forças militares.
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Primeiro-ministro chega às cerimónias

Luís Montenegro já chegou à avenida central de Pedrógão Grande para, pela primeira vez, presidir juntamente com o presidente da República as cerimónias do 10 de Junho.
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10h25
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Arrancam as comemorações do Dia de Portugal

Já começaram as comemorações do Dia de Portugal, que este ano decorrem em Pedrógão Grande.

A banda da Força Aérea tocou o hino nacional, enquanto os estandartes de todas as forças se juntam à parada.

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Lusa /

Montenegro evoca "garra lusitana" que inspira "a não desistir perante adversidades"

Pedro Nunes - Reuters

Numa mensagem divulgada nas suas redes sociais, o primeiro-ministro assinala o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que hoje se assinala.

"Evocamos a garra lusitana que nos inspira a não desistir perante as adversidades e a lutar por um amanhã melhor. A alma portuguesa que junta a história e o futuro, que junta a ambição e a esperança", afirmou.

Montenegro defendeu que o país que o executivo PSD/CDS-PP está a construir -- tomou posse em 02 de abril - assenta numa "ambição e esperança humanista e progressista".

"O país que estamos a construir é isso tudo, é dignidade, é mérito, é justiça, é educação, é conhecimento, é saúde, é habitação, e é imigração regulada", afirmou.

E acrescentou: "É economia, é elevador social, é classe média e melhores salários. E é solidariedade intergeracional, mais oportunidades para os jovens, valorização de quem trabalha e gratidão aos reformados".

O primeiro-ministro salientou que tal está a ser feito "em democracia, com tolerância e diversidade".

Montenegro defendeu que a celebração do Dia de "Portugal junta todos os portugueses "de norte a sul, no continente, nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, e de uma forma muito especial," toda a comunidade portuguesa que se encontra no estrangeiro espalhada pelos quatro cantos do mundo".

"Celebramos a nossa identidade, a nossa língua e o nosso poeta maior, Luís de Camões (...) Viva Portugal viva a portugalidade, viva este privilégio que é ser português", conclui o primeiro-ministro, que se juntará a partir de hoje às comemorações oficiais do 10 de junho.

Neste ano, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu assinalar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em três concelhos do distrito de Leiria afetados pelos incêndios de 2017: Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera.

As comemorações oficiais do 10 de Junho, que se iniciaram no domingo, dia de eleições para o Parlamento Europeu, irão passar ainda pela Universidade de Coimbra, onde terá hoje lugar a cerimónia inaugural das celebrações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões.

Depois, entre terça e quarta-feira, irão estender-se à Suíça, com a participação também do primeiro-ministro, Luís Montenegro.

 

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Pedro Sá Guerra - Correspondente no Brasil /

10 de Junho. Assinala-se o início das celebrações dos 500 anos de Luís de Camões

Foto: Nuno Patrício - RTP

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Comemorações oficiais do 10 de Junho já começaram

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