15 mortos. PSP confirma balanço trágico do acidente com Elevador da Glória

O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou esta tarde. A PSP confirma a existência de 15 mortos e 18 feridos, cinco em estado grave. O presidente da República e o primeiro-ministro já lamentaram "profundamente o acidente" e esperam averiguações e o "apuramento das causas". Foi decretado um dia de luto nacional e três de luto municipal. A Carris já ordenou a abertura do inquérito.

Inês Moreira Santos, Paulo Alexandre Amaral - RTP /
Quatro vítimas estão no Hospital São Francisco Xavier. Sabe-se que 3 delas são mulheres A sul coreana na casa dos 40. Várias fraturas A que vai para o bloco não está identificada no sistema. Foi primeiro fazer TC corpo e depois segue para o bloco A terceira vítima mulher é portuguesa, também casa dos Foto: Miguel A. Lopes - Lusa

O acidente terá sido causado por um cabo que se soltou. As autoridades suspeitam de falha nos travões. O elevador, com lotação esgotada, leva mais de 40 pessoas.

As autoridades confirmam que já foram retiradas todas as vítimas do interior do elevador. O acidente, que resultou do descarrilamento e do choque contra um prédio, vai ser alvo de investigação.

Num balanço da situação, foram confirmadas as 15 vítimas mortais e os 18 feridos, estando cinco em estado grave, incluindo uma criança. Há estrangeiros entre as vítimas.

O Governo decretou um dia de luto nacional e a Câmara de Lisboa três de luto municipal.

Segundo a fonte do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, a corporação enviou para o local 22 meios terrestres e 62 operacionais.

A PSP já tinha confirmado a existência de várias vítimas mortais.
A RTP sabe que três mulheres foram conduzidas para o Hospital São Francisco Xavier, estando uma delas entubada. Há informação de que uma destas vítimas será de nacionalidade sul-coreana. Houve dois feridos encaminhados para o Santa Maria e sete para o São José, dos quais cinco em estado grave.

A Polícia Judiciária já está no local para investigar este acidente. O Ministério Público já se encontra a realizar os procedimentos necessários, "no âmbito das suas competências, nomeadamente para efeitos de preservação da prova, com orientação e em articulação dos Órgãos de Polícia Criminal".

À semelhança do que acontece neste tipo de situações, e tal como determina a Lei, o Ministério Público vai instaurar inquérito.

A GPIAAF (Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários) vai abrir investigação. Mas "devido à limitação de meios na área ferroviária (m.humanos) apenas amanhã de manhã, quinta-feira, iniciará a recolha de evidências no local", segundo fonte da Lusa.

O Presidente das República já reagiu e lamentou "profundamente o acidente ocorrido esta tarde" em particular "as vítimas mortais e os feridos graves, bem como os vários feridos ligeiros".

No site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa apresentou o pesar às famílias e afirmou que "espera que a ocorrência seja rapidamente esclarecida pelas entidades competentes".

O Governo e o primeiro-ministro também "lamentam profundamente", garantindo que estão, "desde os primeiros momentos, a acompanhar a situação e a resposta das diversas autoridades públicas de emergência médica, unidades de saúde, proteção civil, forças de segurança e transportes, a quem foram transmitidas orientações para prestação de todo o apoio necessário". 

Em comunicado, o Executivo assegurou estar "também em contacto permanente e articulação estreita com a Câmara Municipal".

"Sendo a prioridade imediata o socorro às vítimas, as autoridades competentes realizarão no devido tempo as averiguações necessárias ao apuramento das causas deste lamentável acidente"
, lê-se na nota do Governo de Luís Montenegro.

O primeiro-ministro cancelou a agenda de quinta-feira, mantendo apenas a reunião do Conselho de Ministros. Luís Montenegro convidou Carlos Moedas para particiar nesta reunião."Lisboa está de luto"

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, falou à imprensa, sem andiantar o número de vítimas mortais.

"É um dia trágico para a nossa cidade. É um dia duro para todos nós", começou Carlos Moedas, visivelmente consternado, quando se dirigiu aos jornalistas no local do acidente.

De acordo com o autarca, todas as autoridades e entidades competentes estão "no local a tentar socorrer as vítimas deste trágico acidente para a cidade de Lisboa". Carlos Moedas confirmou manter-se em contacto com o presidente da República e o primeiro-ministro.

Sem confirmar o número de vítimas mortais, Carlos Moedas frisou que "Lisboa está de luto". Os bombeiros, segundo o autarca, foram chamados às 18h08 e chegaram ao local às 18h11.

"Infelizmente, é gravissímo. É um acidente que não devia ter acontecido, mas oportunamente estaremos aqui para responder a todas as perguntas"
, continuou, sem adiantar muitos detalhes "por respeito às famílias" das vítimas.

"O momento é de ação, (...) é ajudar e os socorros estarem no terreno".

À semelhança de Montenegro, também Carlos Moedas cancelou a agenda de quinta-feira.

Inicialmente, a diretora da Proteção Civil, Margarida Castro Martins, avançou com a informação da existência de pelo menos 20 feridos, dos quais dois em estado crítico, cinco ligeiros e vários encarcerados.

Em entrevista à RTP3, Manuel Leal, funcionário da Carris e membro da Fectrans, lamentou que a manutenção das carruagens tenha sido retirada à empresa e entregue a uma empresa externa. Sublinha que é fundamental que esse serviço regresse às estruturas da Carris.
Em comunicado, a Carris informou que abriu um inquérito em conjunto com as autoridades para apurar as reais causas do acidente. A empresa garante ainda que os programas de manutenção mensal e semanal têm sido escrupulosamente cumpridos, tal como a inspeção diária.

A manutenção geral foi cumprida em 2022 e a reparação intercalar que acontece de dois em dois anos, foi realizada no ano passado. No mesmo comunicado, a Carris lamenta a existência de vítimas e adianta que está a acompanhar a situação.

Em declarações à comunicação social, o presidente da Carris lamentou "o sucedido", garantindo que o protocolo de manutenção do elevador foi "escrupulosamente respeitado".

A manutenção geral foi realizada em 2022, mas há manutenções intercalares, semanais e mensais e ainda inspeções diárias.

"Há 14 anos que esta manutenção é assegurada por uma empresa externa"
, confrimou Pedro de Brito Bogas.
A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) assegurou que vai realizar uma ação de supervisão ao descarrilamento do Elevador da Glória, em Lisboa, pretendendo divulgar os resultados "com a maior celeridade possível".

"Nos próximos dias, a AMT irá realizar uma Ação de Supervisão ao acidente, cujos resultados serão divulgados com a maior celeridade possível", garantiu, em comunicado.

A notícia já correu mundo e gerou reações internacionais. Em português, a presidente da Comissão Europeia expressou a "tristeza" ao saber "do descarrilamento do famoso 'Elevador da Glória'".

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