2.ª Circular e VCI também devem ter portagens se regressarem à A3 e A4 -- autarca da Maia
Porto, 13 out (Lusa) -- O presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, defendeu hoje a introdução de portagens na 2.ª Circular, em Lisboa, e na VCI, no Porto, caso regresse a cobrança aos troços iniciais da A3 e A4.
"Não pode ser. Não acredito nisso. Sou apologista do princípio do utilizador-pagador, mas não podem ser sempre os mesmos a pagar", afirmou Bragança Fernandes à agência Lusa, sobre a possibilidade de o Governo reintroduzir portagens no troço Porto-Maia da A3 e Porto-Ermesinde da A4.
O autarca manifestou "completo desacordo" quanto a essa eventualidade, porque "a Maia ia parecer uma ilha rodeada de portagens por todo o lado".
"Não sei como é que o Governo quer que se entre e saia nesta ilha. Só se for com uma ponte aérea", ironizou, frisando que será "o caos" e "um pandemónio" nas vias urbanas, caso as portagens venham a ser reintroduzidas.
Bragança Fernandes recordou que as portagens foram abolidas nos troços iniciais da A4 e A3 precisamente para facilitar a acessibilidade à Maia, Ermesinde e Valongo, pelo que a sua reintrodução iria "entupir tudo e mais alguma coisa".
O autarca alertou também para o aumento da poluição que causaria a medida, prevendo uma "redução de 40 por cento do tráfego" naqueles dois troços, tal como aconteceu nas antigas SCUT, e a sua transferência para a Estrada da Circunvalação, Via Norte e arruamentos urbanos.
Para o presidente da Câmara da Maia, o hipotético alargamento do princípio do utilizador-pagador a todas as autoestradas e vias rápidas teria de implicar também a cobrança de portagens noutros troços isentos, nomeadamente na 2.ª Circular, VCI e A28.
O Governo admitiu hoje estar a estudar várias hipóteses para financiar a empresa Estradas de Portugal, adiantando que "não há ainda nenhuma decisão tomada" sobre a introdução de novas portagens em alguns lanços de autoestrada.
O jornal Público noticia hoje que o Governo planeia, além das portagens nas SCUT (autoestradas sem custos para os utilizadores), cobrar lanços de autoestrada junto a Lisboa e Porto, como os casos dos troços que ligam o Porto à Maia (A3) e a Ermesinde (A4), e ainda nos sublanços entre Sacavém e Alverca (A1) e entre a Ponte 25 de Abril e o Fogueteiro.
Contactada pela Lusa, fonte da Secretaria de Estado das Obras Públicas disse hoje que "não há nenhuma decisão tomada a propósito deste assunto", afirmando apenas que "estão colocadas em cima da mesa várias hipóteses com o objetivo de financiar a Estradas de Portugal".