50 toneladas de peixe morto removidas da Barragem do Monte da Rocha

Cerca de 50 toneladas de peixes mortos pela seca já foram removidas até hoje das margens da Barragem do Monte da Rocha, Ourique, numa operação que deverá prolongar-se por mais duas semanas.

Agência LUSA /

Em declarações à Agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Ourique, António Afonso, adiantou que "continua ainda muito peixe morto na barragem, apesar dos esforços das equipas no terreno".

"Nos braços e no recuo da barragem ainda há tanto peixe morto como o que já foi retirado até agora", explicou o autarca depois de ter visitado hoje o local.

"Com os meios que temos e pelo ritmo de trabalho dos últimos dias", prosseguiu, "só dentro de duas semanas a barragem deverá estar limpa".

Quanto à qualidade da água da albufeira, que abastece as populações de Castro Verde, António Afonso voltou a excluir quaisquer motivos de receio.

Segundo resultados de análises de rotina, apresentados hoje pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Alentejo (CCDRA), a água apresenta valores normais.

O autarca adiantou que ainda não são conhecidos os resultados das análises especiais que foram efectuadas à água, mas quando tal acontecer, garantiu, "os resultados serão divulgados para descansar a população".

A extracção do peixe morto da barragem está a ser feita por dois pelotões do Exército, com 25 militares do Regimento de Infantaria n/ 3 de Beja, em coordenação com os serviços municipais da Câmara de Ourique.

António Afonso assegurou ainda que os meios no terreno vão voltar a ser reforçados, nos próximos dias, com equipas de sapadores de engenharia militar, equipados com barcos da Escola Prática de Engenharia de Tancos.

Numa altura em que a região atravessa uma situação de seca "extrema", a Barragem do Monte da Rocha apresenta um caudal baixo, cerca de 30 por cento da capacidade máxima.

"A água cada vez é menos e, apesar da extracção do peixe morto, ainda há peixe em excesso na barragem", frisou.

Perante esse cenário, as autoridades envolvidas no processo decidiram, numa reunião de coordenação realizada hoje à tarde, fazer um levantamento da biomassa piscícola existente na albufeira.

"Se o levantamento concluir que ainda há excesso de peixe na albufeira, teremos que avançar para a retirada de peixe vivo, para evitar a continuação da mortandade", explicou o autarca.

Os primeiros peixes mortos, sobretudo carpas, começaram a aparecer sexta-feira passada nas margens da albufeira, devido ao calor e ao baixo caudal da barragem.

O peixe morto recolhido tem sido enterrado em varias herdades nas imediações da barragem.

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