País
87 médicos do hospital de Setúbal anunciaram a demissão em bloco
Quase 90 médicos do hospital de Setúbal anunciaram esta quinta-feira a demissão em bloco, solidários com o demissionário diretor clínico da unidade.
Foto: SNS / DR
O Governo prometeu recrutar mais uma dezena de médicos para o hospital, mas os 87 diretores clínicos e de unidades funcionais consideram o número insuficiente.
Esta demissão em bloco surge na sequência da demissão apresentada faz hoje uma semana pelo diretor clínico Nuno Fachada.
O diretor clínico do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) afirmou que o seu pedido de demissão e de mais 86 médicos é um "grito de revolta para a situação desesperante e de rutura em vários serviços" daquele hospital.
“O pedido de demissão do cargo de diretor clínico do Centro Hospitalar de Setúbal, e agora da restante direção clínica, diretores de serviço e departamentos, coordenadores de unidade e comissões e ainda chefes de equipa de urgência, num total no total de 87 assinaturas, é o último grito de alerta para a situação desesperante a que o Centro Hospitalar de Setúbal chegou, à rutura das urgências e em vários serviços primordiais do hospital”, disse Nuno Fachada.
“Estamos em rutura nos serviços de urgência, nos blocos operatórios, na oncologia, na maternidade, anestesia, etc., etc., etc.”, acrescentou o diretor do CHS, em conferência de imprensa realizada na delegação de Setúbal da Ordem dos Médicos.
Acompanhado por vários diretores de serviço demissionários, pelo presidente da secção sul da Ordem dos Médicos, Alexandre Valentim Lourenço, pelo secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, e pelo Bastonário Miguel Guimarães, Nuno Fachada garantiu que o Hospital de São Bernardo, tal como está, já “não consegue mais responder à sua população”.
“É o momento de se cumprir o prometido. O Centro Hospitalar de Setúbal tem que ser reconvertido para o 'grupo D' dos hospitais, ou seja, deixar de ser financiado como um simples hospital distrital e passar a ser uma unidade multidisciplinar”, disse, defendendo que “é preciso criar condições para que se acabe de vez com a fuga dos médicos e outros profissionais para o setor privado e para o estrangeiro, por falta de meios e condições de fixação (dos médicos)”.
Acompanhado por vários diretores de serviço demissionários, pelo presidente da secção sul da Ordem dos Médicos, Alexandre Valentim Lourenço, pelo secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, e pelo Bastonário Miguel Guimarães, Nuno Fachada garantiu que o Hospital de São Bernardo, tal como está, já “não consegue mais responder à sua população”.
“É o momento de se cumprir o prometido. O Centro Hospitalar de Setúbal tem que ser reconvertido para o 'grupo D' dos hospitais, ou seja, deixar de ser financiado como um simples hospital distrital e passar a ser uma unidade multidisciplinar”, disse, defendendo que “é preciso criar condições para que se acabe de vez com a fuga dos médicos e outros profissionais para o setor privado e para o estrangeiro, por falta de meios e condições de fixação (dos médicos)”.
Reuniões com autarca
O presidente eleito André Martins já tem reuniões marcadas para segunda-feira de manhã, dia 11 de outubro, com o presidente do CA do Centro Hospitalar e o diretor clínico demissionário, Manuel Roque e Nuno Fachada. Estas serão as primeiras reuniões que realizará já na qualidade de presidente da Câmara e têm como objetivo analisar conjuntamente com estes dois responsáveis os problemas do Hospital, nomeadamente os que resultam do inaceitável atraso no arranque das obras de ampliação do Hospital de São Bernardo prometidas há anos e sucessivamente adiadas.
O presidente eleito André Martins já tem reuniões marcadas para segunda-feira de manhã, dia 11 de outubro, com o presidente do CA do Centro Hospitalar e o diretor clínico demissionário, Manuel Roque e Nuno Fachada. Estas serão as primeiras reuniões que realizará já na qualidade de presidente da Câmara e têm como objetivo analisar conjuntamente com estes dois responsáveis os problemas do Hospital, nomeadamente os que resultam do inaceitável atraso no arranque das obras de ampliação do Hospital de São Bernardo prometidas há anos e sucessivamente adiadas.